Acervo RR

CaixaPar é uma espécie ameaçada de extinção

  • 17/05/2012
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No próprio governo, notadamente no Ministério da Fazenda, os próximos 40 dias são considerados decisivos para o futuro da CaixaPar – o braço de participação da Caixa Econômica Federal criado ainda na Era Lula. Guido Mantega determinou que a direção da CEF promova uma tour de force para fechar a aquisição de novos ativos impreterivelmente até 29 de junho. O prazo não é aleatório. Este é o dead line para que a CaixaPar possa utilizar livremente os R$ 3 bilhões disponíveis em caixa, recursos alocados ainda no momento de sua criação. A partir de 30 de junho, a Caixa Econômica terá de reabrir toda a liturgia burocrática e pedir autorização do Congresso para usar o dinheiro, algo que deve levar meses. Pode ser a senha para o obituário do projeto. Dentro da Fazenda, há um consenso de que, se o prazo para a utilização dos recursos expirar, o melhor mesmo é a bater a mão três vezes no tatame e enterrar de vez a CaixaPar. Procurada pelo RR, a Caixa negou o fechamento da subsidiária e informou que a CaixaPar “busca, no mercado, oportunidades de participação.” De fato, a direção da Caixa entendeu o recado da Fazenda. Nas últimas semanas, encoberto pela cortina do noticiário quase histérico sobre a redução dos juros, o banco teria destacado executivos de outras áreas para dar suporte a s negociações mantidas pela CaixaPar. De acordo com uma fonte ligada ao banco, há conversações com quatro empresas para a compra de participações minoritárias no capital. As tratativas vêm sendo capitaneadas pelo diretor de investimentos da subsidiária, Demósthenes Marques. Segundo a mesma fonte, as gestões mais avançadas envolvem a associação com uma construtora de São Paulo. Se o negócio for fechado, representará o encontro da CaixaPar com as suas origens. Uma das motivações que levaram o governo a criar a instituição foi a possibilidade de compra de participações em empresas do setor imobiliário que, a quela altura, sofriam os efeitos da crise global de 2008. No entanto, a CaixaPar não se associou a nenhuma companhia do setor. Seu único – e forçado – investimento foi a compra de uma fatia do PanAmericano, além da incorporação de ações de empresas da “casa”, como Elo Serviços e Caixa Seguros. Na Fazenda, vozes mais pessimistas já falam até na transferência destas participações para a própria Caixa, o que abriria caminho para o eventual fechamento da subsidiária.

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