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Leite Nilza busca longa vida na mão de um novo controlador

  • 10/05/2012
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Entre as inúmeras interrogações que cercam a Leite Nilza, parece haver uma única certeza: o futuro da companhia e o de seu proprietário, Sergio Alambert, dono da Airex Trading, são retas que não se cruzam. O empresário estaria aguardando a retomada da produção, prevista para este mês, para negociar o controle da fabricante de laticínios. A julgar pelas suas recentes movimentações, a venda da companhia não deve tardar. Há cerca de três meses, Alembert vem mantendo conversas com uma tríade de candidatos. Além da chinesa Mengniu Dairy Group – ver RR edição nº 4.305 -, dois gigantes nacionais do setor também estão interessados na Nilza: a Lácteos Brasil, leia-se a gaúcha Bom Gosto e a GP, e a Brasil Foods, dona das marcas Batavo e Elegê. Para os chineses, a aquisição representaria o passaporte para o mercado brasileiro. Já Lácteos Brasil e BR Foods miram no aumento da capacidade industrial, com a incorporação de duas fábricas, e, sobretudo, na possibilidade de herdar uma marca razoavelmente forte no setor, em especial no interior paulista. O RR fez vários contatos com a Leite Nilza, mas a empresa não retornou até o fechamento desta edição. Brasil Foods e Lácteos Brasil também não se pronunciaram. Ressalte-se que existe um astro de primeira grandeza nesta via láctea, capaz de interferir decisivamente no destino da Nilza: o BNDES, dono de 35% da companhia. Inicialmente, a instituição não se opôs a s gestões com a Mengniu – dentro do banco há um consenso de que a venda da Nilza é fundamental para o pagamento das dívidas dentro do plano de recuperação judicial. Mas esse sinal só ficou verde até a Lácteos Brasil e a Brasil Foods aparecem na pista. Entre o desembarque de uma companhia chinesa no mercado brasileiro e o fortalecimento de um grande grupo nacional da área de laticínios, adivinhem só qual é a preferência do BNDES? A contagem regressiva para a retomada das operações e a eventual venda da Nilza já foi deflagrada. Há cerca de 20 dias, a empresa conseguiu o registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF), condição sine qua non para o reinício das atividades. De acordo com informações filtradas junto a  Nilza, a expectativa é de que, no primeiro ano de operação, o faturamento gire entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões. Ou seja: o futuro controlador terá de empurrar uma pedra montanha acima. Nos bons tempos, a receita chegou a  casa dos R$ 700 milhões

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