Acervo RR

Duke Energy e governo paulista são fios que não se juntam

  • 22/03/2012
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As relações entre o governo de São Paulo e a Duke Energy, dona da Geração Paranapanema, atingiram um grau superlativo de hostilidade. O próprio governador Geraldo Alckmin determinou a  sua equipe tolerância zero com o grupo. No Palácio Bandeirantes, os norte-americanos são chamados de arrogantes para cima. As menções ao presidente da empresa no Brasil, Armando de Azevedo Henriques, também não são nada elogiosas. O motivo são os mais recentes capítulos do contencioso em torno do edital de privatização da Paranapanema, que exigia a ampliação do parque gerador da empresa em 15% – investimento que jamais foi feito pela Duke Energy. Nas últimas semanas, os norteamericanos foram ao governo paulista pedir que o estado retirasse a ação impetrada na Justiça em agosto do ano passado. A Secretaria de Energia aceitou a negociação mediante a apresentação de um plano e de um cronograma de investimentos para o cumprimento do edital. O prazo para a exposição da proposta teria sido adiado por duas vezes, mas, ainda assim, a Duke não levou qualquer projeto de expansão da sua capacidade de geração. Repetiu, assim, o comportamento que mantém desde 2008, quando venceu o prazo para a ampliação da Geração Paranapanema. A postura da empresa irritou ainda mais o secretario de Energia, José Aníbal, e Geraldo Alckmin. Procurada pelo RR, a Duke informou que não se proncuncia sobre o assunto uma vez que o processo corre em segredo de Justiça. Porém, declarou ter apresentado um plano de expansão. De acordo com uma alta fonte do Palácio Bandeirantes, além do processo na Justiça, as autoridades estudam agora mecanismos de ampliação das sanções a  Duke Energy caso a companhia continue se negando a ampliar seu parque gerador. No governo paulista, há quem acredite que o grupo estaria tentando empurrar o problema com a barriga o máximo possível até encontrar um sócio para a Geração Paranapanema, que dividiria a conta da expansão da empresa. O investimento é estimado em R$ 1,5 bilhão. O acirramento das relações institucionais entre a Duke e o estado ocorre justo no momento em que a AES parece trilhar o caminho oposto. O grupo, que também não cumpriu os investimentos obrigatórios para a expansão da AES Tietê, ensaia um acerto de ponteiros com o governo. Sinalizou recentemente a disposição de construir uma termelétrica de 550 megawatts na região de Canas, no interior do estado.

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