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Acervo RR
André Esteves não sabe se usa o chapéu de adviser ou de juiz de paz. O banqueiro está no meio de um inusitado e delicado enredo, que mistura, a um só tempo, desavenças societárias e matrimoniais. O epicentro do imbróglio é a venda da Tok&Stok, uma das maiores redes de móveis e artigos de decoração do país. Há cerca de três meses, o BTG Pactual procura um comprador para a empresa. No entanto, as negociações com os potenciais candidatos estariam em banhomaria por conta de desavenças entre os controladores da rede varejista, o casal Regis e Ghislaine Dubrule. Ambos caminham em direções opostas. O empresário é entusiasta da operação e tem participado diretamente das conversações ao lado do BTG. Esqueceu- se de combinar tudo em casa. Ghislaine estaria se opondo a venda do controle da companhia e já teria sinalizado que não dará sua aprovação ao negócio. Ou seja: quem comprar corre o risco de levar só meia rede varejista, leia-se apenas a participação do empresário. A ameaça de adquirir só a “Tok” e ficar sem a “Stok” tem espantado os pretendentes. A GP, que vem mantendo tratativas com Regis Dubrule desde janeiro, deu um passo atrás diante das divergências. Procurada pelo RR, a Tok&Stok não quis se pronunciar. O BTG Pactual, por sua vez, informou que “não comenta rumores de mercado”. O próprio André Esteves entrou em campo na tentativa de equacionar o impasse societário e dar continuidade ao processo de venda da Tok&Stok. Não está fácil. Segundo pessoas próximas a família, Regis Dubrule, francês naturalizado brasileiro, estaria disposto a vender a empresa e voltar a sua terra natal. De acordo com as mesmas fontes, Ghislaine, no entanto, trabalha em outro fuso horário. Ela entende que é possível pedalar a expansão da Tok&Stok e vendê-la dentro de alguns anos a um preço muito maior. Atualmente, a rede, com 36 lojas, estaria avaliada em torno de US$ 500 milhões. No ano passado, a empresa faturou algo próximo de R$ 750 milhões. Para este ano, a estimativa é de uma receita superior a R$ 900 milhões. A barreira do bilhão seria rompida já no próximo ano, o que, no script traçado por Ghislaine, já permitiria ao casal elevar consideravelmente a sua pedida pelo negócio.
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