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Acervo RR
“Como será o amanhã?”. Este é o refrão que tem sido entoado, não exatamente em ritmo de samba, pelos controladores do laboratório Aché. As famílias Siaulys, Baptista e Depieri vêm discutindo intensamente o futuro societário da empresa. De acordo com um executivo ligado a companhia, as tratativas se desenrolam em meio a um clima de tensão. A percepção entre os controladores da Aché é de que a empresa vive um momento crucial e as decisões tomadas agora serão determinantes para o porvir do negócio. As conversas vão de eventuais mudanças envolvendo os próprios acionistas majoritários até a capitalização da empresa, por meio da entrada de um novo sócio. Segundo a fonte do RR, a família Baptista mantém a disposição de reduzir sua participação ou até mesmo sair da operação – ver RR edição nº 4.286. Os Siaulys e Depieri já teriam demonstrado a intenção de ficar com a parte dos sócios – o direito de preferência estaria previsto no acordo de acionistas. Esta operação, no entanto, seria apenas um rito de passagem. O objetivo das duas famílias é atrair um novo sócio para a empresa, prioritariamente um fundo de investimento. Procurado, o Aché negou a busca de um novo sócio. O RR também entrou em contato com a Partage, que reúne os negócios da família Baptista, mas um funcionário informou que a empresa estava fechada. A iminente reestruturação do Aché é resultado de uma drástica rasura no script que parecia traçado para a empresa. Nos últimos dois anos, os ventos mudaram radicalmente de direção. A empresa chegou a ser candidata a encabeçar o projeto do BNDES de criação de um grande laboratório de capital nacional. A estratégia de consolidação setorial do banco continua a mesma, mas, no caso específico da indústria farmacêutica, as negociações jamais passaram do tubo de ensaio. Quase no mesmo período, o Aché ensaiou a abertura de capital, mas teve de recuar diante das crise nos mercados financeiros internacionais. O RR apurou que os Siaulys e Depieri vêm demonstrando maior apetite por aquisições, o que explicaria a eventual saída dos Batista da sociedade. As duas famílias consideram o desembarque de um fundo de investimento vital para o Aché entrar na briga pela compra de ativos no setor.
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