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Gleisi arranca o combustível das montadoras

  • 14/02/2012
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Com Gleisi Hoffmann, fazer lobby custa caro. Que o digam as montadoras sem fábrica no país, leia-se, Kia Motors, Mercedes-Benz e a sul-coreana Ssangyong, entre outras. Estas empresas podem até emplacar o pleito de uma flexibilização do novo regime tributário para o setor automotivo, mas, em troca, terão de pagar um ágio alto demais. Habilmente, a ministra da Casa Civil está prestes a tirar leite de pedra e arrancar dessa turma um pacote de investimentos no Brasil que não estava no script. O governo admite trocar um pedacinho de coeficiente nacional por aumento de receita tributária e, sobretudo, geração de empregos. Proporcionalmente a  importância do cargo, Gleisi Hoffmann talvez seja o personagem mais low profile em todo o Ministério de Dilma Rousseff. Ela costuma agir de uma forma diferente de seus antecessores no cargo, incluindo a própria Dilma. As montadoras, por exemplo, já perceberam que bateram em uma porta que não range e pouco se abre. A margem de negociação com a ministra da Casa Civil tem sido estreitíssima. Gleisi oferece com uma mão e cobra o dobro com a outra. Ela admite liberar as montadoras da exigência de 65% de componentes nacionais para pagarem o IPI mais baixo. Para isso, exige que seja cumprido um cronograma gradativo. Elas teriam até dois anos e meio para chegar a esta meta. No entanto, o benefício vai custar caro. Terá de ser obrigatoriamente associado a  apresentação do projeto de construção de uma fábrica no Brasil, com o devido aval das respectivas matrizes e garantias de financiamento. Estas montadoras precisarão ainda detalhar o cronograma de implantação da planta industrial, ao qual seria atrelada a graduação das alíquotas de IPI.

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