Buscar
Acervo RR
O futuro da Brasil Supply virou pelo avesso. Nove meses após entregar ao BTG Pactual um mandato para a venda de parte do seu capital, a empresa ainda não encontrou um novo acionista. Pelo contrário. No momento, está a s voltas com um iminente processo de deserção societária, algo que não fazia parte do script original – mesmo com a expectativa da chegada de um novo investidor, todos os acionistas tinham um acordo informal para permanecer na companhia. O risco de diáspora começa justamente pelo controlador. A Cotia Trading, dona de 60% das ações, estuda reduzir ou até se desfazer integralmente de sua participação. A Cepemar, que atua na área ambiental, também estaria interessada em vender seu naco, de 20%. O mesmo vale para a empresa de engenharia GS, dona de 10%. A rigor, apenas um sócio se mantém distante da porta de saída: a BR Distribuidora, que detém 10% da empresa, focada no suprimento de soluções para o setor de exploração e produção. A possível fuga em massa de sócios está diretamente relacionada ao alto custo de investimento da Brasil Supply. Não é de hoje que Cotia, Cepemar e GS têm demonstrado inapetência em dividir a conta do plano estratégico da empresa, que exigirá aportes de quase R$ 6 bilhões nos próximos dois anos. A dificuldade em encontrar um novo sócio para compartilhar a assinatura do cheque só fez crescer o descontentamento do trio. Até porque, dentro da própria empresa a percepção é de que o breakeven só será alcançado em sete anos, e não mais em cinco, como inicialmente projetado. A BR Distribuidora – que, não obstante a participação minoritária, é, pelas razões óbvias, um sócio com grande poder de influência na Brasil Supply – vestiu um duplo uniforme. Ora, tem se fardado de bombeiro com o objetivo de debelar as chamas societárias e convencer seus três sócios a permanecer na companhia, ainda que com fatias menores; ora, se traja de adviser e tenta fazer o trabalho que, até agora, o BTG não conseguiu. A BR saiu a campo em busca de um sócio para a Brasil Supply. Entre outras empresas, tem conversado com a Shell. O objetivo é convencê- la a comprar parte das ações da Cotia. Procurada pelo RR, a BR negou as gestões com a Shell. Por sua vez, o grupo anglo-holandês não quis se pronunciar. Já a Cotia não retornou até o fechamento desta edição.
Todos os direitos reservados 1966-2024.