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Benjamin aduba CSN com a antipatia alheia

  • 18/10/2011
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Pergunta que atormenta dez entre dez empresários que conhecem bem o empresário Benjamin Steinbruch: como um personagem tão intragável e reconhecidamente de inamistosa convivência consegue alcançar tamanho sucesso empresarial? É claro que o enigma tem resposta. Como se ouve em vários corredores do grande capital -Bradesco, entre eles – Benjamin é hoje o maior empresário do Brasil, só rivalizando, talvez,com Marcelo Odebrecht, que,pela sua juventude, ainda é um Neymar da seleção do big business. O fato é que Benjamin está apostando fichas cada vez mais altas no processo de diversificação da CSN. Após consolidar sua posição nas áreas de mineração e de cimento, o grupo prepara sua entrada na produção de fertilizantes. Benjamin não vai começar o trabalho de aragem do zero. Pretende partir para aquisições. Dentro da CSN, o nome mais falado é o da Copebras, fabricante de matérias-primas para a indústria de fertilizantes controlada pela Anglo American.Com faturamento anual na casa de R$ 1,5 bilhão, a Copebras talvez tenha se tornado o ativo mais cobiçado do setor no Brasil após a venda das operações da Bunge para a Vale.Com fábricas em Catalão (GO)e em Cubatão (SP), tem capacidade anual de 1,35 milhão de toneladas. Há anos, a Anglo American caminha sobre a corda bamba, sempre hesitante entre vender ou não vender a empresa. Talvez ainda não tenha recebido a oferta certa na hora certa. Os ingleses estariam pedindo cerca de US$ 1,2bilhão. É bom lembrar que Benjamin tem um baú de ouro chamado Casa de Pedra. Um pedacinho da sua mina de ferro vale para a Anglo American uma penca de empresas de fertilizantes. Mas o mundo não é tão linear assim. Outras empresas, ainda que de menor porte, aparecem no radar da CSN, como Heringer e Nutriplant.Pouco a pouco, Benjamin Steinbruch está reestruturando o grupo sem recuar um milímetro na siderurgia, seu core business.Recursos não lhe faltam.A CSN tem dinheiro em caixa que se acumula desde a tentativa de compra da Corus, há quatro anos. Sua disponibilidade de recursos próprios beira os R$ 12bilhões, com potencial de alavancagem de dar calafrio. Esta condição tem permitido ao empresário avançar simultaneamente em fronts distintos. De um lado, ele estica o elástico e força a barra para uma potencial aquisição da Usiminas – convicto deque a CSN, empresa mais rentável do setor, é a melhor solução para o grupo mineiro; do outro, intensifica um processo de diversificação operacional no qual muitos não acreditavam, dada a sua incompatibilidade com ativos -diferentes- vide as frustradas experiências na Light e na Vale, onde se enrolou com problemas de alavancagem financeira e pela dificuldade de adotar uma governança compartilhada.Coincidência ou não, ainda que por vias transversas,Benjamin volta a esbarrar com a Vale por conta do processo de multiplicação dos seus negócios. Primeiro, os investimento sem mineração. Agora, a área de fertilizantes, setor no qual a Vale tem feito pesados a portes. Nos sonhos de Benjamin Steinbruch, existe uma quarta e inusitada área de iversificação: TV a cabo e negócios na internet. Tem conversado cada vez mais amiúde sobre o assunto com um ex-executivo da Oi e da Net. Difícil mesmo vai ser ele fazer o greenfield nessa área. Promessa de mais um novo capítulo de caneladas, cotoveladas e cascudos de Benjamin em quem quer que venha pela frente. É um craque, mas botocudo.

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