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Petrobras põe sal no refresco tributário da Mossi & Ghisolfi

  • 5/10/2011
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O tempo dirá se a Mossi & Ghisolfi (M&G) vai mesmo tirar o time de campo ou está apenas protagonizando uma ópera bufa de quinta categoria. O grupo petroquímico italiano sinalizou ao governo que vai desativar sua fábrica em Suape (PE) caso perca o benefício de importar ácido tereftálico purificado (PTA) a tarifa zero – o PTA é usado como matéria- prima para a produção de resinas PET. Bravata ou não, os italianos fazem pressão apoiados por uma escolta de luxo. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, vem tentando usar seu prestígio junto ao Planalto para garantir a manutenção da isenção fiscal. Alega que o eventual fechamento da fábrica de PET da M&G terá razoável impacto sobre o complexo industrial portuário de Suape e sobre a própria economia pernambucana, além do efeito social por conta das demissões. Procurada pelo RR, a M&G não se pronunciou até o fechamento desta edição. Mesmo com a ameaça de fechamento da fábrica e com o lobby das autoridades pernambucanas, a tarefa da M&G é dificílima. O governo tem fortes razões para acabar com o refresco tributário de que os italianos dispõem desde 2002, quando herdaram as operações da Rhodia- ster no Brasil com a compra da companhia francesa. O motivo maior atende pelo nome de Petrobras . No primeiro trimestre de 2012, a estatal vai iniciar a produção de PTA, também em Suape. Nos meses seguintes, avançará uma casa na cadeia petroquímica e partirá para a fabricação de resinas PET. Por que cargas d’água o governo manterá uma isenção fiscal que garante uma notória vantagem competitiva para a M&G justo no momento em que a Petrobras acaba de gastar US$ 2,5 bilhões na montagem do complexo petroquímico de Suape? Ressalte-se ainda que o benefício tributário perderá muito da sua razão de ser uma vez que a própria estatal passará a atender boa parte da demanda interna por PTA. E, no fim das contas, pressão por pressão, a Petrobras é a Petrobras. O governo não apenas acha que a história de fechamento da fábrica de Suape é conversa para boi dormir como também não tem a menor boa vontade com a M&G. O conceito da empresa em Brasília é o pior possível. A percepção é de que o grupo italiano deu uma rasteira no governo. Ao receber a isenção fiscal para a importação de PTA, a M&G garantiu que montaria uma fábrica do produto no Brasil. Ou seja: o bom-bocado tributário seria provisório. No entanto, o tempo passou, os italianos se deitaram na rede e o projeto nunca saiu do papel .

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