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Azul reserva uma poltrona para o Actis na primeira classe

  • 17/08/2011
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O fundo inglês Actis deve ter argumentos muito convincentes para levar David Neeleman a mudar o plano de voo societário da Azul. O empresário está disposto a cancelar o IPO da companhia aérea, inicialmente programado ainda para este ano, e virar o manche em outra direção. No lugar da oferta primária de ações, Neeleman venderia parte de suas ações na empresa para o private equity. Detentor de 20% das ações da Azul, o empresário deverá negociar até metade deste quinhão, o que acentuará ainda mais a pulverização do capital da empresa. Não obstante a significativa redução da sua fatia acionária, a operação com o Actis só será sacramentada se não houver significativa alteração no acordo de acionistas da companhia, que garante a Neeleman o equivalente a 80% dos votos. O interesse do Actis junta a fome com a vontade de comer. Verdade seja dita, Neeleman já não andava muito entusiasmado com a realização da oferta primária de ações. As sondagens feitas junto a investidores nacionais e estrangeiros pelos bancos contratados para a operação ? Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander ? foram decepcionantes. Os bancos advisers saíram da cruzada aérea convictos de que dificilmente a companhia conseguiria captar o valor esperado ? de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão. Logo depois, para piorar a situação, o mercado desabou. No entanto, apesar da estiagem de liquidez, Neeleman está convicto de que há ainda espaço para a venda direta de uma parte da empresa a um investidor institucional. Até porque, além do Actis, a empresa também teria sido procurada recentemente pelo Temasek, companhia de investimentos controlada pelo governo de Cingapura. Não é de hoje que Neeleman procura mais um sócio para a Azul. Antes da ideia de IPO, tentou se associar a outras companhias aéreas. Teria conversado com a Trip, que posteriormente se associou a  TAM, e com a própria Gol. Agora, a biruta aponta na direção do Actis. O desembarque do fundo na Azul ocorreria por meio de um aumento de capital. A injeção financeira daria fôlego para a companhia aérea tocar seu plano de expansão. A empresa, que opera com jatos regionais da Embraer e turboélices ATR, pretende comprar aeronaves de maior porte. O modelo mais cotado é o A-320 Neo, avião com capacidade entre 150 e 180 passageiros fabricado pela Airbus. Enquanto um novo sócio não aterrissa em seu capital, a Azul segue com a sua política de aquisição de aeronaves menores. Já encomendou a  própria ATR 10 unidades do modelo 72-600, que comporta até 74 lugares.

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