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Acervo RR
A gravíssima situação financeira das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras atingiu seu ponto de ebulição. Na semana passada, Dilma Rousseff convocou o ministro Edison Lobão para uma reunião emergencial, com o objetivo de discutir soluções imediatas para o fardo que pesa sobre as costas da estatal. Nos últimos dois anos, as seis empresas ? Manaus Energia (AM), Boa Vista Energia (RR), Eletroacre, Ceron (RO), Cepisa (PI) e Ceal (AL) ? tiveram um prejuízo acumulado superior a R$ 400 milhões. A opção de levar todas as companhias para o Novo Mercado da BM&F Bovespa com a diluição automática do capital, que chegou a ser aventada no fim da gestão do presidente Lula, foi descartada, devido a ameaça de fracasso na emissão de ações. Dentro do governo, ganha corpo a ideia de venda em bloco das concessionárias ? medida defendida por Lobão. A intenção do Ministério de Minas e Energia é dividir as empresas em dois grupos. Um deles seria formado pelas distribuidoras da Região Norte (Manaus Energia, Boa Vista Energia, Eletroacre e Ceron); o outro ficaria com as companhias do Nordeste (Cepisa e Ceal). A Equatorial Energia, holding controlada pelo fundo Pactual Capital Partners e dona da maranhense Cemar, é vista como candidata a compra das duas concessionárias nordestinas. Só para não variar, o BNDES deverá ser uma peça fundamental nesta engrenagem. O banco seria convocado a participar do jogo usando duas camisas. De um lado, entraria como acionista minoritário das concessionárias, como forma de atrair o interesse dos investidores; do outro, garantiria o financiamento para a execução do plano estratégico das companhias. O programa de investimentos das seis distribuidoras para os próximos dois anos ultrapassa a marca de R$ 2,5 bilhões. A participação do BNDES é vista pelo governo como absolutamente imprescindível para a venda das concessionárias. Dificilmente, será possível encontrar candidatos a compra das empresas sem um estímulo extra, tamanha a debilidade financeira das distribuidoras. Além dos sucessivos prejuízos, as seis companhias acumulam uma dívida de R$ 1,5 bilhão. A conta seria ainda pior não fossem os batráquios engolidos pela Eletrobras. Desde 2008, quase R$ 5 bilhões em passivos foram convertidos em ações incorporadas pela holding federal. O caso mais complexo é o da Amazonas Energia. Por conta de novas regras contábeis, a empresa teve de fazer uma série de provisões que resultou em perdas de mais de R$ 1,3 bilhão.
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