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Acervo RR
Um ano após a compra do Patagônia, o Banco do Brasil prepara um novo bote na Argentina. Desta vez, a presa é mais parruda: o Galícia, uma das quatro maiores instituições financeiras do país. O BB já teria iniciado as conversações para a compra do controle do banco, pertencente ao grupo financeiro Galícia. Tomandose como base o atual valor de mercado, a fatia de 51% das ações da instituição corresponderia a aproximadamente US$ 850 milhões. Já seria mais do que o dobro do que o BB pagou por igual participação no Patagônia, em abril de 2010. Com o prêmio de controle, o valor do banco poderia chegar a US$ 1,3 bilhão. Em termos de ativos, o Galícia é três vezes maior do que o Patagônia, com aproximadamente US$ 6 bilhões. Tem um total de US$ 4 bilhões em depósitos e um patrimônio líquido correspondente a US$ 500 milhões. Nos últimos três anos, o volume de ativos tem crescido em média 10% ao ano. O retorno sobre patrimônio, no entanto, está bem abaixo da média brasileira, que oscila entre 20% e 25%. Em 2009, o Patagônia fechou com rentabilidade de 8,41%, contra 10,5% no ano anterior. Parte da queda se deveu a retração nas operações de crédito, que cresceram apenas 3,8%. Um dos principais objetivos do BB é utilizar a plataforma do Galícia ? mais de 250 agências ? para a oferta de empréstimos consignados, segmento que propiciou ao banco um grande salto em sua carteira de crédito no Brasil. A investida sobre o Galícia, ressalte- se, não deverá saciar o banco, que vislumbra a possibilidade de montar um cinturão de aquisições na Argentina e se tornar um dos três maiores grupos bancários do país. A depreciação dos ativos financeiros locais joga a favor. Outros bancos estão no radar da instituição. Na própria diretoria do BB, um dos nomes vistos como uma possível presa é o Itaú Argentina, que tem ativos de aproximadamente US$ 1,3 bilhão e quase US$ 1 bilhão em depósitos. A operação está longe de ser os quindins da família Setúbal. Há algum tempo que a subsidiária do Itaú opera no vermelho. No ano passado, teve um prejuízo acumulado equivalente a US$ 7 milhões. No ano anterior, fechou com um resultado modesto, de US$ 4 milhões, o que correspondeu a uma rentabilidade de apenas 3,7% sobre o patrimônio. Devido a s suas motivações geoeconômicas, o BB teria muito mais estômago para suportar os baixos resultados do Itaú Argentina e, mais a frente, pedalar o crescimento da operação.
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