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Acervo RR
Diante da complexa investida sobre a Usiminas ? não obstante a tentativa de comprar 10% da empresa mineira, a CSN está longe de ser a preferida do governo para a associação ? Benjamin Steinbruch já tem a mão não um plano B, mas sim um plano C. -C-de cimento. Ao contrário do que ocorre na siderurgia, notadamente no que diz respeito a tentativa de entrada forçada na Usiminas, a CSN tem uma janela aberta para crescer na indústria cimenteira. A alternativa vem sendo discutida nas reuniões de diretoria da empresa. A expansão no setor tem notória sinergia com a operação siderúrgica do grupo, em razão do uso da escória para a produção de cimento. Os investimentos da CSN no setor inicialmente estavam focados no crescimento pelo greenfield. Mas, na empresa, há um consenso de que o grande salto no setor só virá por meio de aquisições. Neste caso, as atenções de Benjamin Steinbruch se voltam na direção da João Santos, segunda maior produtora de cimento do país e alvo constante do assédio de grupos internacionais, como a Lafarge ? ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.098. Com a aquisição, a CSN herdaria um conglomerado de 11 fábricas, sete delas no Nordeste, região com altas taxas de crescimento no setor de construção civil. Os planos de Benjamin Steinbruch para o setor de cimento são sinuosos. O apetite da CSN não para na João Santos. Uma vez fortalecida pela compra do grupo pernambucano, a empresa partiria para uma aquisição de mais fôlego, capaz de lhe dar maior envergadura e poder de fogo diante da inevitável concorrência com os Ermírio de Moraes. O barão da CSN sonha alto. Informações filtradas da própria companhia indicam que o ?Plano C? contemplaria a aquisição dos ativos de um grande grupo internacional no Brasil. Dinheiro é o que não falta. Os olhos de Benjamin brilham quando são mencionados os nomes da própria Lafarge ou da suíça Holcim. Cada uma delas tem uma participação próxima dos 7% no mercado nacional de cimento. Significa dizer que, eventualmente, ao engolir a João Santos e as operações brasileiras de uma das multinacionais, a CSN sairia de uma posição ainda pequena no setor para um market share superior a 19%. A companhia abriria uma razoável distância em relação a Camargo Corrêa e a Cimpor, detentoras, respectivamente, de 10% e 9% das vendas de cimento no país. Partir para cima da Holcim ou da Lafarge ? que acena com investimentos de peso no país, ver também RR nº 4.098 ? é uma ideia que encantaria o BNDES por estar em linha com a política industrial praticada pelo banco, ou seja, a consolidação de grandes grupos nacionais. Por um capricho do destino, Steinbruch voltaria a se bicar com os Ermírio de Moraes, embate que deu a tônica na privatização da Vale. Com as aquisições, a CSN passaria a brigar em condições bem menos desiguais em relação ao Votorantim, dono de mais de 40% de market share. O crescimento pelo greenfield seria a cereja no sundae. A companhia ainda poderia se dar ao luxo de prosseguir com os investimentos programados na área de cimento, leia-se a duplicação da unidade de Volta Redonda e a construção de três fábricas, que serão localizadas no Nordeste, Centro-Oeste e Sul. O investimento previsto apenas na instalação das três novas unidades é de aproximadamente US$ 700 milhões
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