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Acervo RR
As famílias Syaulis, Baptista e Depieri, controladoras do laboratório Aché, estão convictas de que a empresa vive seu turning point: ou põe as garras de fora, compra ativos e se mostra ao mercado como uma consolidadora ou acabará se tornando presa fácil para a concorrência. Os acionistas do Aché têm se esforçado para evitar a segunda hipótese. Nas duas últimas reuniões de Conselho, a pauta foi monotemática: Syaulis, Baptista e Depieri se debruçaram sobre nomes para possíveis aquisições. Além do laboratório Blau – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.037, há três empresas em seu radar. Entre elas, o principal sonho de consumo é a Biolab, uma das companhias do setor com maiores taxas de crescimento nos últimos anos – em 2009 e 2010, o retorno médio sobre o patrimônio ficou acima dos 20%. Não por acaso, no passado recente, a empresa foi procurada pela onipresente Hypermarcas e pela Pfizer. Com a aquisição da Biolab, o faturamento do Aché passaria de R$ 1,4 bilhão para mais de R$ 2 bilhões ao ano. A empresa ainda herdaria três fábricas, todas em São Paulo – Itapecerica da Serra, Jandira e Taboão da Serra. Os outros dois alvos do Aché são tratados pelos próprios acionistas controladores como uma espécie de prêmio de consolação, uma alternativa a uma investida eventualmente frustrada sobre a Biolab. Um deles é o Hipolabor, laboratório com sede em Sabará (MG). O Aché vem mantendo conversações com a empresa ? as tratativas são feitas por intermédio do BNP Paribas. O principal ativo do Hipolabor é a venda direta de medicamentos ao governo. Outra possibilidade aventada pelas famílias Syaulis, Baptista e Depieri é ainda mais arriscada. Trata-se de um acordo com o empresário Marçal Soares, de Goiás, para a retomada do laboratório Kinder. Especializado em medicamentos genéricos, a empresa suspendeu a produção há cerca de um ano e meio por problemas financeiros. Desde então, Soares busca um sócio para reativar a fábrica, permanecendo no negócio como acionista minoritário. Além de rechaçar a pecha de possível alvo da concorrência, outro desafio do Aché é purgar recentes derrotas. A empresa esteve perto de comprar o laboratório Mantecorp, mas perdeu o páreo para a Hypermarcas. Negociou também com o Teuto, que acabou vendendo 40% do seu capital para a Pfizer. Ressalte-se ainda um duro revés institucional: a guinada nas relações com o BNDES. Há pouco mais de um ano, o Aché era visto dentro do banco como o principal candidato a capitanear o processo de consolidação do setor e consequente criação de um grande laboratório farmacêutico de controle nacional. No entanto, as conversas entre as três famílias e a agência de fomento desandaram e a Hypermarcas se tornou a preferida do BNDES.
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