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Acervo RR
Dois gigantes do comércio eletrônico têm um duelo marcado. Em disputa, a bilheteria do futebol brasileiro. A Ingresso. com – leia-se a B2W, controlada por Jorge Paulo Lemann e cia. vem rondando alguns dos grandes clubes do país. De acordo com a fonte ouvida pelo RR – Negócios & Finanças, dirigente de um dos principais times do país, o objetivo da empresa é fechar um amplo acordo para a venda de ingressos pela internet. As gestões passariam pelo Clube dos 13, que representa os interesses comerciais dos maiores times do país. A Ingresso.com tenta, desta maneira, invadir um território dominado quase que exclusivamente por sua maior adversária: a BWA, dona da Ingresso Fácil. A empresa tem acordos para a venda online de ingressos com importantes clubes da primeira divisão, como Fluminense, Vasco e Flamengo. Sua conquista mais recente foi o Corinthians, com quem fechou contrato há cerca de três meses. Em seu latifúndio, a BWA concentra quase 80% da venda eletrônica de bilhetes para partidas de futebol no país. Detém ainda quase quatro mil catracas nos principais estádios brasileiros. Procurados pelo RR – Negócios & Finanças, a B2W e o Clube dos 13 negaram qualquer negociação. A B2W, dona também do Submarino, Americanas.com e Shoptime, e a BWA disputam uma pepita de ouro que ficará cada vez mais reluzente a medida que se aproximar a Copa do Mundo. Estima-se que a venda de ingressos pela internet no país crescerá 30% em média nos próximos três anos, o que justifica o interesse da B2W. Hoje, a operação da Ingresso.com está limitada a comercialização de bilhetes para cinemas, teatros e shows. Há pelo menos dois anos, a empresa estuda entrar no segmento esportivo. Dentro da própria B2W, o projeto é visto como complexo e demorado, em razão das múltiplas costuras que precisam ser feitas com os clubes e da primazia alcançada pela sua oponente. A BWA, controlada pelos irmãos Bruno e Walter Balsimelli, dispõe de alguns trunfos. É parceira exclusiva da Fifa para a distribuição de produtos oficiais da entidade no Brasil. Os irmãos Balsimelli conseguiram ainda criar uma relação sui generis com alguns dos grandes clubes brasileiros. Na esteira dos contratos para a venda de ingressos, a BWA se tornou credora de algumas agremiações graças a adiantamentos de receita. O Flamengo, por exemplo, teria uma dívida com a empresa em torno de R$ 9 milhões. Trata-se de uma camisa de força que tira a margem de manobra de alguns clubes e dificulta a investida da B2W/Ingresso.com. Em contrapartida, mesmo com as amarras financeiras, não faltariam clubes dispostos a se desvencilhar da BWA. Nos últimos dois anos, a empresa teve sua imagem desgastada por aparições negativas no noticiário. Seu nome foi associado a chamada máfia dos ingressos, um esquema montado para a distribuição de bilhetes falsificados. A Ingresso Fácil também ficou marcada por problemas na venda de tíquetes para grandes eventos esportivos, leia-se, principalmente, a final da Libertadores de 2008 e o último jogo do Fluminense no Campeonato Brasileiro do ano passado.
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