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Lojas Colombo escreve um futuro de interrogações

  • 7/01/2011
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Peça enigmática no tabuleiro do varejo – ora, é apontada como presa fácil para a concorrência, ora emerge no noticiário como possível consolidadora -, a Lojas Colombo prepara um expressivo plano de expansão para 2011. A cifra deverá passar dos R$ 150 milhões. O investimento tem enorme valor simbólico e histórico para a companhia. Não se trata de um projeto de ampliação qualquer, mas, sim, do que muito provavelmente será o canto do cisne do empresário Adelino Colombo a  frente da presidência executiva da rede. Pelo menos é o que o próprio Silvio Caldas do varejo tem sinalizado a familiares e a seus pares na diretoria do grupo. Homem de mil e uma despedidas, Adelino acena com a sua retirada da gestão da Colombo até março, quando, então, ficaria apenas no comando do Conselho de Administração. Entre os próprios executivos da rede varejista, o clima é de – ver para crer-. A prioridade de Adelino Colombo é a ampliação da rede em São Paulo e, sobretudo, em Minas Gerais. Em terras paulistas, a meta é chegar a 100 lojas ainda no primeiro semestre, hoje são 72 pontos de venda. Os maiores esforços se concentrarão na capital, onde a presença da Colombo não dá nem para a saída. Desde 2009, quando chegou a  cidade, abriu apenas duas lojas. Só em São Paulo, a empresa deverá desembolsar aproximadamente R$ 60 milhões. Em Minas, onde tem apenas três estabelecimentos, todos no interior, a rede gaúcha prepara seu desembarque em Belo Horizonte. Os próximos alvos serão o Rio de Janeiro, Brasília e Goiânia. O Nordeste, o eldorado da mobilidade social, viria em 2012. Nas grandes cidades, a Colombo jogará suas fichas no conceito de lojas Premium, voltada ao público das classes A e B. O porvir da Lojas Colombo é cheio de interrogações, que vão além da transição administrativa e chegam ao próprio futuro societário da empresa. Adelino Colombo tenta se desvincular do rótulo de que vem engordando a empresa apenas com o objetivo de vendê-la. O empresário garante a quem quiser ouvir que é comprador – espantoso seria se dissesse o contrário, depreciando seu próprio ativo. Colombo pretende usar a expansão pelo greenfield como uma forma de dissipar as insistentes especulações sobre o amanhã da companhia. Além do Magazine Luiza e do Pão de Açúcar, a Colombo foi assediada também pela mexicana Elektra. No ano passado, como antídoto a  venda do controle da rede, Adelino Colombo chegou a entabular conversas com a também gaúcha Renner e a Riachuelo para uma associação. Até o momento, o projeto permanece na prateleira. O Silvio Caldas do varejo acha que ainda dá para ficar sozinho no palco por mais um tempo.

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