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Celesc parte para aquisições em meio a tempestade societária

  • 6/01/2011
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O novo presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, sente-se como o piloto de um Boeing forçado a decolar durante uma tempestade. Gavazzoni terá a missão de colocar no ar o novo plano de investimentos da companhia, em meio a  borrasca societária que atinge a estatal leia-se o contencioso entre Previ, Tarpon Investimentos, Geração Futuro, Poland e o governo do estado. O projeto alinhavado pelo governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo, envolve a compra de concessões de geração, transmissão e distribuição em outros estados. Apenas em recursos próprios, os aportes previstos para os próximos dois anos beiram R$ 1 bilhão, quase o dobro do que a estatal desembolsou no último biênio. Sem o mesmo punch financeiro da Cemig ou da vizinha Copel, também candidata a  compra de ativos no setor, a Celesc pretende juntar seus fios com investidores privados. Desde dezembro, quando teve seu nome confirmado no cargo, Gavazzoni vem mantendo contatos com possíveis parceiros. Entre outros grupos, há conversas com a State Grid Corporation of China para a compra de ativos na área de transmissão. A companhia chinesa adquiriu, no ano passado, a Plena Transmissora por US$ 1,5 bilhão. Antonio Gavazzoni dormiria mais tranquilo se o único problema da Celesc fosse a montagem do funding para os planos de aquisição. No entanto, tão ou mais importante do que a captação de recursos será administrar a contenda societária da empresa. Gavazzoni terá de se portar como um algodão entre cristais. Qualquer projeto de razoável envergadura da Celesc corre o risco de esbarrar na Previ, Tarpon Investimentos, Poland e Geração Futuro, que, há mais de dois anos, estão em litígio com o governo do estado. Dono de quase metade do capital total da distribuidora, o quarteto contesta a gestão conduzida pelo acionista majoritário, considerada danosa aos interesses dos minoritários. Diante do porte dos investimentos programados para a Celesc, é de se imaginar que o governador Raimundo Colombo tenha algum trunfo na mão. Ainda que de difícil costura, uma saída seria encontrar um investidor disposto a comprar as participações da Previ e das gestoras de recursos, algo que seus antecessores, Luiz Henrique e Leonel Pavan, tentaram, sem sucesso.

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