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Bertin e Equipav apagam a luz na Cibe Participações

  • 30/07/2010
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Uma das mais conturbadas parcerias da área de concessões públicas está chegando ao fim. O Grupo Bertin e a Equipav discutem o rompimento da sociedade criada há quatro anos para a construção de termelétricas e a gestão de rodovias. A operação passa por uma intrincada reestruturação societária que culminará na saída da Equipav tanto da holding Cibe Participações quanto da recém-criada Nova Cibe. Ambas vão dar origem a uma só companhia, controlada pelo Grupo Bertin. Informalmente chamada de ?Bertin Energia?, esta empresa herdará uma carteira com 16 usinas termelétricas. Em um segundo momento, vai incorporar também a Heber Participações, que reúne as participações da família Bertin em mais 11 térmicas. As negociações envolvem ainda a Caixa Econômica Federal, peça fundamental desta engrenagem. O FIFGTS, administrado pelo banco, funcionará como a porta de saída da Equipav. Deverá assumir integralmente as participações da empresa na Cibe Participações e na Nova Cibe. O fundo já é acionista desta última empresa ? em janeiro deste ano, desembolsou R$ 280 milhões para ficar com 49%. Ao fim da operação, se tornará sócio da ?Bertin Energia?. Se todos os projetos herdados da Cibe Participações e da Nova Cibe forem levados adiante, a empresa terá o quinto maior parque gerador privado do país, com capacidade para cinco mil megawatts. Procurados pelo RR – Negócios & Finanças, o grupo Bertin não quis se pronunciar sobre o assunto e a Equipav não retornou até o fechamento desta edição. Desatar o nó societário da Cibe Participações e da Nova Cibe é apenas parte do desafio que o Bertin tem pela frente. Após equacionar a saída da Equipav, o grupo precisará buscar energia financeira para tocar os projetos em geração. As 11 usinas da Heber terão de entrar em operação já no próximo ano, ao custo de R$ 5 bilhões. Das 16 licenças adquiridas pela Cibe Participações e pela Nova Cibe nos leilões da Aneel, dez térmicas terão de ser instaladas até 2013. São R$ 7 bilhões a mais na salgada conta que os Bertin têm nas mãos. Uma parte dos recursos virá da venda dos ativos da Cibe Participações fora da área de energia, a começar pelas operações de saneamento ? aguas Guariroba (MS), ProLagos (RJ) e aguas de Itu (SP). O Bertin deverá se desfazer também das concessões rodoviárias ? Univias (RS), Nascentes das Gerais (MG), Colinas (SP) e Rodovias do Tietê (SP).

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