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Acervo RR
Manaus, Brasília, Natal e Fortaleza são as bolas murchas no gramado do BNDES. Até o momento, as quatro cidades não atenderam a s condições impostas pelo banco para liberar os recursos voltados a construção e reforma dos estádios da Copa de 2014. Segundo uma alta fonte do Comitê Organizador, a maior lacuna diz respeito a gestão das arenas. Ao contrário das demais sedes, as quatro capitais não teriam apresentado o nome de um operador com notória experiência na administração de estádios multiuso. Esta é uma das principais recomendações do BNDES para a concessão do empréstimo ? cada cidade terá direito a até R$ 400 milhões. Todos os projetos terão de ser acompanhados de um plano de uso dos estádios após o Mundial de 2014, com o aval de um operador. Este plano deve estar vinculado a um estudo de viabilidade que contemple a utilização do estádio não apenas para partidas de futebol, mas também para eventos culturais, sociais e até corporativos. Cada cidade terá de apresentar um projeto capaz de reduzir a dependência da receita decorrente do próprio futebol. Um estudo do BNDES mostra que, nas grandes arenas da Europa e dos Estados Unidos, quase 40% da receita vêm de shows e aluguel para empresas privadas. A maior preocupação do banco é reduzir os riscos de que os estádios se tornem uma manada de elefantes brancos, sobretudo em cidades fora do eixo Sul-Sudeste. Na africa do Sul, por exemplo, cinco estádios construídos para a Copa do Mundo não terão jogos do campeonato nacional e não há qualquer garantia de receita para os próximos meses. Manaus, Brasília, Fortaleza e Natal não figuram exatamente entre os campeões de bilheteria do futebol brasileiro. Tomando-se como base os últimos campeonatos estaduais, os estádios das quatro cidades apresentam uma ocupação média de apenas 35%, o que só aumenta a preocupação no BNDES. A área técnica do banco já teria vetado a concessão do empréstimo a estas capitais sem a apresentação do estudo de viabilidade. O impasse deixa as quatro cidades em uma situação delicada. O empréstimo do BNDES é imprescindível para a construção e reforma de suas respectivas arenas. De acordo com a fonte do Comitê Organizador ouvida pelo RR, nenhuma das quatro cidades tem um Plano B.
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