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Acervo RR
O Grupo aguia Branca, um dos maiores operadores de transporte de passageiros do país, está cruzando uma ponte decisiva para o seu futuro. De um lado, acelera no processo de sucessão administrativa, com a ascensão de integrantes da segunda e terceira gerações da família Chieppe; do outro, prepara o terreno para se tornar um grande grupo de transporte multimodal. O ponto de partida do projeto é a Trip Linhas Aéreas, maior empresa de aviação regional do país. O aguia Branca, que já detém 44% das ações, pretende assumir o controle da companhia aérea. A operação envolve a compra de mais uma fatia do capital em poder da família Capriolli, dona de 28%. No fim do ano passado, o grupo capixaba já havia adquirido dos mesmos sócios o equivalente a 8% da companhia, tornando-se o principal acionista. Agora, quer romper a barreira dos 51%. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Trip informa que não há nenhuma tratativa dessa natureza. Existe ainda um terceiro e importante personagem neste enredo: a norte-americana Skywest, dona de 20% do capital da Trip. A empresa já sinalizou a disposição de aumentar sua participação caso o Congresso aprove o projeto de lei que estipula novo teto para a presença do capital estrangeiro no setor de aviação. O céu é o limite para os planos de verticalização do aguia Branca, que atua no transporte rodoviário de passageiros em seis estados. Além de assumir o controle da Trip Linhas Aéreas, o grupo capixaba pretende entrar na operação de concessões ferroviárias e metroviárias. A própria Trip é vista também pela família Chieppe como a proxy para a futura criação de uma empresa aérea de transporte de cargas. A expansão do aguia Branca não pode ser dissociada do processo de sucessão administrativa em curso no grupo. Um dos executivos em ascensão na companhia é Renan Chieppe. Sobrinho do presidente executivo do aguia Branca, Nilton Chieppe, Renan é diretor da unidade de passageiros do aguia Branca e assumiu também a presidência do Conselho de Administração da Trip Linhas Aéreas. O principal motivo para a expansão dos negócios é a queda da receita no transporte rodoviário de passageiros, historicamente o carro-chefe do grupo. A operação responde hoje por apenas 15% do faturamento anual, em torno de R$ 2,4 bilhões. A Trip, por exemplo, já equivale a 20% da receita total. Não é de se admirar que a família Chieppe tenha sido acometida pelo Sonho de acaro. O peso da companhia aérea nos negócios do grupo vai crescer ainda mais neste ano. A Trip prevê um aumento das vendas da ordem de 50% em 2010.
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