Acervo RR

Caixa Econômica muda o figurino do FI-FGTS

  • 14/07/2010
    • Share

O relatório da Controladoria Geral da União (CGU), com diversas ressalvas ao Fundo de Investimentos em Participações do FGTS (FIFGTS) administrado pela Caixa Econômica Federal, calou fundo no banco. A diretoria da CEF vai fazer mudanças no formato de uma das principais fontes de financiamento para projetos de infraestrutura no país. O novo figurino já vestirá o segundo fundo, o FI-FGTS II que a Caixa pretende criar no segundo semestre. O calibre do funil vai ficar ainda mais estreito. A maior parte dos recursos será destinada a empresas com capital aberto em Bolsa. Os investimentos serão condicionados a  participação da Caixa no bloco de controle das empresas, com direito a tag along em caso de venda do controle. O banco terá direito também a indicar um nome para a diretoria. Com estas medidas, a Caixa espera afastar o risco de questionamento jurídico a  gestão do fundo, que já acumula investimentos da ordem de R$ 14 bilhões. A CGU apontou uma série de falhas na operação, a começar pela inexistência de um processo de gerenciamento de riscos para ativos não negociados em Bolsa. O relatório da Controladoria fez ressalvas também aos critérios de contabilização dos investimentos, considerados em ?discordância com as boas práticas do mercado?. O documento da CGU questiona também a taxa de administração paga a  Caixa Econômica pela gestão do fundo. O banco recebe 1% ao ano sobre o patrimônio em carteira. Neste quesito, no entanto, não se tem notícia de qualquer movimento no governo para que o ?pró-labore? da Caixa seja reduzido. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a CEF informou que já esclareceu os questionamentos da CGU sobre o fundo e que desconhece o lançamento de um segundo fundo. Não é para menos, o Ministério da Fazenda exigiu sigilo absoluto na operação, que tem números superlativos. A meta é criar uma carteira com aproximadamente R$ 30 bilhões para a compra de ações e debêntures. Um dos alvos será o setor de saneamento. Já existem gestões entre a Caixa e governos estaduais para a aquisição de participações em concessionárias do setor. A lista de pretendentes inclui a paulista Sabesp e a paranaense Sanepar.

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.