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Acervo RR
A MRV Engenharia está no centro de um duelo. De um lado, a Cyrela; do outro, a mexicana Homex. Ambas são candidatas a compra do controle da construtora mineira, um dos nomes principais da habitação para baixa renda. Apesar da musculatura financeira da Homex, a Cyrela está disposta a usar munição financeira de grosso calibre. A companhia, controlada pelo empresário Elie Horn, enxerga a MRV como o trampolim perfeito para saltar sobre a PDG Realty e reassumir o posto de maior construtora e incorporadora residencial do país. O modelo desenhado para a operação contemplaria a permanência do atual controlador da MRV, Rubens Menin, como sócio minoritário da nova empresa. Como bônus, ele passaria a ser acionista de uma companhia com valor de mercado de R$ 18 bilhões, um banco de terrenos avaliado em R$ 44 bilhões e faturamento anual na casa dos R$ 8 bilhões, contra aproximadamente R$ 6,5 bilhões da PDG. Apesar do apetite da Cyrela, a Homex também tem suas armas. Com a operação, Menin seria sócio da maior construtora para baixa renda da América Latina, empresa que serviu de musa inspiradora do modelo de habitação popular adotado pelas companhias brasileiras, a começar pela própria MRV. A Homex já está presente no país, mas ainda mantém uma operação incipiente, incompatível com o porte de seus negócios no México. Tem projetos em algumas poucas cidades do interior de São Paulo e, ao longo deste ano, investiu pouco mais de US$ 60 milhões, números diminutos para a escala deste mercado. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a MRV negou qualquer negociação para a venda do controle. O fato é que Rubens Menin está em uma situação extremamente confortável. Nos dois casos, a hipótese de abrir mão da condição de sócio majoritário da MRV significa tirar o passaporte para um projeto ainda maior. Apesar da histórica resistência a venda da empresa, os olhos de Menin brilham diante das cifras superlativas que envolvem a operação. Ressalte-se ainda o poder de barganha do empresário, em razão do valor da MRV tanto para a Cyrela quanto para a Homex. A empresa montou um cluster na habitação de baixa renda, muito em função da proximidade com a Caixa Econômica Federal. O programa Minha Casa, Minha Vida foi responsável por mais de 80% dos lançamentos feitos pela MRV no segundo trimestre do ano, que somaram R$ 1,1 bilhão.
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