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Acervo RR
O carro elétrico made in Brazil nem sequer saiu da prancheta e já existe um pelotão de fuzilamento a sua espera. A indústria sucroalcooleira montou uma agressiva operação de lobby em Brasília. O objetivo é frear o projeto do governo, que pretende financiar a produção deste tipo de veículo no país. a€ frente da tropa estão Rubens Ometto, da Cosan, e empresários associados a Copersucar. O kit pressão envolve a mobilização da bancada ruralista no Congresso, o envio de dossiês a autoridades enumerando desvantagens tecnológicas do carro elétrico e um discurso convenientemente alarmista. Os usineiros alegam que a produção do veículo afetará a consolidação do etanol como combustível alternativo a gasolina e ao diesel, trazendo a reboque o risco de suspensão de investimentos e de demissões em larga escala no setor. Batem também na tecla de que a medida enfraquecerá os grupos nacionais, abrindo espaço para uma participação ainda maior do capital estrangeiro no setor. A pressão dos usineiros cresce a medida que avança o estudo encomendado pelo Ministério de Minas e Energia para o desenvolvimento de um carro movido a energia elétrica. Segundo informações de uma alta fonte do ministério, o esboço apresentado pela área técnica a Marcio Zimmermann prevê, a partir de 2015, a fabricação de 200 mil veículos por ano, com sucessivos aumentos de produção. A projeção é de que em até dez anos o carro elétrico poderia representar até 15% da frota nacional de automóveis novos. O projeto do governo se baseia na associação entre montadoras e distribuidoras de energia, com financiamento do BNDES. CPFL, Light e Eletropaulo partem na frente como candidatas a empreitada. As três já estão fazendo testes com protótipos de veículos.
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