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Acervo RR
O presidente da Renault no Brasil, Jean Michel Jalinier, vai ter de buscar combustível extra para o plano de expansão da empresa. A subsidiária será obrigada a bancar do próprio bolso a maior parte do programa de investimentos para o período 2010-2012, orçado em US$ 600 milhões. Os franceses já sinalizaram a Jalinier que vão reduzir os aportes no país ao longo dos próximos dois anos ? a medida atingirá também outras filiais, notadamente em mercados emergentes. Trata-se de uma curva acentuada e sem precedentes na trajetória da Renault no país. Em uma década, a filial brasileira sempre teve amplo apoio financeiro da matriz. Eram outros tempos. A Renault tem sido forçada a reduzir seus investimentos globais por conta dos crescentes prejuízos. No ano passado, as perdas chegaram a três bilhões de euros. Não é de se estranhar, portanto, que Jalinier tenha parado seu carro no BNDES. Há cerca de três meses, o executivo tem mantido gestões com o banco em busca de uma aditivada linha de crédito. Estima-se que a subsidiária precise financiar mais de 60% dos investimentos programados até 2012. A maior preocupação de Jalinier é garantir recursos para o desenvolvimento de um novo utilitário esportivo, uma lacuna no portfólio da empresa no país. A Renault não atua no segmento das chamadas SUV?s, que tem acumulado algumas das mais altas taxas de crescimento do mercado. O novo modelo será feito com base em um veículo já produzido pela companhia na Romênia. O automóvel, que deverá ser fabricado a partir de 2011, traz a reboque mais uma tentativa da Renault de alavancar suas vendas no mercado brasileiro. Ao chegarem ao país, os franceses pretendiam ter 10% em market share em uma década. Conseguiram apenas 4%.
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