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Acervo RR
Depois de Carla Bruni, ninguém tem tanto cartaz com Nicolas Sarkozy quanto Lula. Quatro anos após vender o controle da Light e praticamente virar as costas para o Brasil, a EDF tornou-se a principal candidata a parceira da Eletronuclear na construção de usinas nucleares no país. Segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, as duas estatais estão alinhavando um acordo para investimentos conjuntos, notadamente a instalação de duas geradoras atômicas no Nordeste. A associação teria espaço para um terceiro elemento, a também francesa Areva, que, há algum tempo, mantém entendimentos com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ?para um acordo de transferência de tecnologia no en riquecimento de urânio. O interesse da EDF vai além da fronteira empresarial. Trata-se de uma questão de Estado, que deve ser creditada na conta do acordo diplomático e comercial entre os governos Lula e Nicolas Sarkozy, cujo epi- centro é a venda dos caças Rafale para a Força Aérea Brasileira. De acordo com a mesma fonte, o próprio CEO mundial da EDF, Henri Proglio, virá ao Brasil em breve para formalizar um memorando de entendimentos com o governo brasileiro ? a data ainda depende da agenda do presidente Lula. De quebra, Proglio também vai anunciar a retomada dos investimentos em geração hidrelétrica no Brasil. A EDF, que controla uma térmica no país, a Norte Fluminense, vai pingar cerca de US$ 200 milhões para a construção de PCHs. O aporte pode ser considerado uma primeira tranche já que o interesse manifesto é de uma recomposição maior dos investimentos no setor. Como contrapartida, o grupo francês terá os financiamentos de praxe do BNDES. As PCHs deverão ter como parceira a Eletrobras, que ficaria com uma participação minoritária. Mas a BR Distribuidora também é uma alternativa. A EDF pretende, nos próximos dois anos, triplicar sua capacidade instalada no Brasil, hoje em torno de 800 megawatts.
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