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Inpar varre a casa para a chegada dos novos sócios

  • 2/08/2010
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A Inpar está em obras. O recente afastamento dos últimos representantes da família Parizotto na gestão executiva – informação antecipada pelo RR – Negócios & Finanças na edição de 28 de junho – vai além de uma simples mudança administrativa. A decisão do fundo norte-americano Paladin, controlador da construtora, está diretamente ligada ao futuro societário da empresa. O rompimento com os Parizotto abre caminho para a venda de uma participação ou até mesmo do controle da Inpar. Os pretendentes já estão perfilados. O candidato mais forte é a PDG Realty, que se tornou a maior incorporadora imobiliária do país com a compra da Agre. Com a aquisição da Inpar, a receita da PDG saltaria de R$ 4 bilhões para quase R$ 5 bilhões no ano. Há conversas também com a Cyrela. Os preparativos para a venda da Inpar incluem a realocação de investimentos, cancelamento de projetos considerados pouco rentáveis e o enxugamento da carteira de terrenos. O Paladin pretende promover uma nova rodada de venda de ativos. Desde que chegou a  construtora, há dois anos, já negociou quase R$ 350 milhões em propriedades e projetos. Desta forma, compensou quase que integralmente os mais de R$ 400 milhões que aportou na construtora. No entanto, em meio a  reforma conduzida pelo Paladin, nenhuma outra medida é tão importante quanto a decisão de afastar os últimos remanescentes da família Parizotto. Cesar e Marco Antonio Parizotto – filhos do fundador da Inpar, Alcides Parizotto – eram vistos pelos norte-americanos como o principal entrave a  chegada de um novo sócio na companhia. Nos últimos meses, o relacionamento de Cesar e Marco Antonio Parizotto com os executivos indicados pelo Paladin tornou-se insustentável, com impacto direto sobre a gestão da empresa. Além de discordâncias quanto a  estratégia da construtora, teriam ocorrido episódios de desautorização e descumprimento de decisões de parte a parte. Os conflitos se espraiaram por diversos escalões da empresa, alimentados pela cisão entre os acionistas. Com a saída dos irmãos, a prioridade do Paladin é acabar com os feudos na Inpar e debelar os focos de resistência identificados em diversas áreas, notadamente na diretoria comercial, que era comandada por Marco Antonio até o início de julho. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Inpar não se pronunciou, alegando estar em período de silêncio.

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