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Acervo RR
Exatamente um ano após a aprovação do plano de recuperação judicial, formalizado em 19 de março de 2009, a Agrenco vive dias agitados. Na semana passada, trocou de diretor-geral: o ex-Votorantim Valdenir Soares de Oliveira assumiu no lugar de Marco Antonio de Modesti. Agora, prepara-se para mudar de dono. As negociações para a venda do controle a Glencore avançaram algumas jardas nas últimas semanas. A expectativa na empresa é que a trading de origem suíça apresente uma oferta até o dia 30 de abril. A operação terá de passar pelo crivo dos credores da Agrenco. A Glencore vai propor um deságio sobre a dívida total da empresa, em torno de R$ 1 bilhão ? o percentual ainda está guardado a sete chaves e mais alguns cadeados. Ao mesmo tempo em que avançam as conversas com a Glencore, os atuais administradores da Agrenco têm de tourear um contencioso societário. O empresário Antonio Iafelice, um dos principais acionistas, vem tentando retornar a companhia na posição de presidente do Conselho de Administração. Iafelice foi afastado da gestão da Agrenco em meados de 2008. Na ocasião, ele chegou a ser preso durante a Operação Influenza, da Polícia Federal, que investiga o suposto envolvimento da companhia em crimes contra o sistema financeiro. Não é a primeira vez que Iafelice tenta voltar a empresa. Seu movimento mais recente ocorreu em novembro do ano passado, quando ele entrou com uma petição na Vara de Falências e Recuperação de São Paulo. Entre outros argumentos, o empresário alegou que os gestores da Agrenco estariam realizando negociações prejudiciais a empresa. Usou como exemplo a venda de uma usina de biodiesel em Marialva (PR) para a BS Bios, no valor de R$ 37 milhões. Pouco tempo depois a Petrobras se associou a BS Bios e teria desembolsado aproximadamente R$ 55 milhões para ficar com metade da fábrica. No entanto, o retorno de Iafelice a Agrenco é complicado. Depende do imprimatur do conselho de credores. Noves fora o contencioso, a Agrenco vai voltando a superfície na parte operacional. A usina de biodiesel de Alto Araguaia (MT) já está quase concluída e começa a operar até o início de abril. A unidade de Caarapó (MS), por sua vez, deverá entrar em funcionamento no mês seguinte.
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