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Acervo RR
A Repsol YPF prepara uma guinada no Brasil, que deverá ter como ponto final o mercado de capitais. Ainda neste semestre, a empresa pretende executar o último ato do processo de desmobilização de ativos iniciado há cerca de três anos. Após se desfazer da rede de postos, das empresas de distribuição de combustíveis e da sua participação em Manguinhos, negocia com a Petrobras a venda da sua fatia de 30% na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Do lado espanhol, as conversações são conduzidas pelo Banco Santander. A operação poderá chegar a US$ 100 milhões. Em 2002, quando Petrobras e Repsol YPF acertaram uma grande troca de ativos no total de US$ 1 bilhão, a participação de 30% na Refap foi avaliada em aproximadamente US$ 60 milhões. A valorização é consequência dos seguidos resultados positivos da refinaria. O lucro estimado para 2009 gira em torno de R$ 1 bilhão. Uma vez concluída a negociação com a Petrobras, a Repsol YPF assumirá um novo figurino no Brasil. O grupo vai se concentrar na área de exploração e produção de petróleo. Com o novo modelito, o grupo espera dissipar de uma vez por todas as recorrentes informações que circulam no setor dando conta da sua saída em definitivo do país. Os rumores ficaram ainda mais intensos após a venda da rede de postos para AleSat, em dezembro de 2008. O revigorado interesse da Repsol no Brasil passa pela hipótese de um IPO na Bovespa. Mais uma vez, os caminhos levam ao Santander. Os espanhóis contrataram o banco com o objetivo de avaliar possibilidades de capitalização no mercado brasileiro. Dentro do grupo, a proposta de emissão de ações em Bolsa ganha cada vez mais força. Estudos preliminares apontam grandes chances para um potencial de captação de, no mínimo, R$ 1 bilhão. A Repsol seguiria as pegadas de outras empresas espanholas que fizeram seu IPO no Brasil, como a OHL e o próprio Santander. O grupo chegaria a Bolsa de Valores com uma operação vitaminada na área de E&P. Os espanhóis têm participação em 22 blocos no país, metade dos quais na posição de operadores. O destaque é o BM-S-9, na Bacia de Campos, uma das mais promissoras reservas na camada do pré-sal. Quatro poços já foram perfurados na região, todos com comprovada existência de petróleo e gás. A Repsol detém 25% do consórcio, em parceria com a Petrobras e o BG Group.
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