O mal que Dilma fez Á  infraestrutura do país

  • 10/03/2015
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O governo Dilma Rousseff vai comprometer a infraestrutura do país durante toda a década. Os números levados a Joaquim Levy por um dos seus econometristas prediletos projetam uma taxa média de formação de capital fixo inferior a 17% entre 2014 e 2020, com reflexos para o crescimento dos investimentos depois desta década. Em 2014, ela caiu 22 pontos percentuais, a maior retração em 20 anos, com uma estimativa de recuo para 16,8% do PIB. Não há mais dúvida: Dilma é a “mãe da década perdida” e ré de um crime contra gerações. Sim, porque foi ela própria quem afirmou a exigência de uma taxa de investimento no intervalo entre 22% e 25% do Produto Interno para que o país aumentasse o PIB potencial acima de 4%. Também foi Dilma que se comprometeu com o investimento como eixo central do seu programa de governo. Buscava o crescimento médio de 4% do PIB do segundo governo Lula. A Sra. Rousseff não só deixará o país mirrado como terá cortado as raízes últimas, capazes de gerar a seiva dos novos investimentos. Foram podadas as estatais, que nunca tiveram uma queda tão grande na formação do capital fixo quanto em 2014 – menor apenas do que terão em 2015. E, a julgar pelo processo de desconstrução, os investimentos também despencarão em 2016. Não fosse a fé de tantos, já no início deveria haver desconfiança. A taxa de crescimento média da formação bruta de capital fixo no período2011-2013 foi pífia, de apenas 2,2% do PIB ao ano, inferior tanto ao índice de incremento do consumo do governo (2,4%) quanto ao do consumo das famílias (3,2%) e significativamente menor do que o do investimento bruto nos dois mandatos do governo Lula. Dilma iludiu a todos desde que assumiu a maternidade do PAC. Durante todos aqueles anos, em que ridiculamente montou-se uma sala com sinais verde, amarelo e vermelho para informar sobre a quantas andava o ritmo das obras, as informações foram manipuladas. Jamais o programa esteve em dia. O que mais se verificou foram restos de gastos jogados para o ano seguinte, o que permitiu mais truques fiscais do que avanço da economia real. Neste ano, a madrasta do PAC diminuiu em 23,7% os investimentos no programa, que caíram de R$ 19 bilhões para R$ 15 bilhões. Pode ser pior, pois os principiais agentes da “aceleração do crescimento”, as empreiteiras, as estatais, o BNDES e o setor de máquinas e equipamentos, estão alquebrados. O que compromete mais a Sra. Rousseff, entretanto, é a humilhação que impôs ao país. O corte fiscal vem sendo feito na base de inadimplência contra as empresas. As obras nas ferrovias Norte- Sul e Oeste-Leste, brincos do PAC e decantadas como estratégicas, estão paradas porque os pagamentos foram suspensos. As construtoras não conseguem pagar a folha e demitem, pois nem os bancos aceitam como duplicata os recebíveis de uma prefeitura do interior, e pasmem, do Tesouro Nacional, pois sabem que não ocorrerão pagamentos para as empreiteiras. É a primeira vez, portanto, que o governo não paga sequer para honrar a folha de salário das obras de infraestrutura. Dilma não tem perdão.

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