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Até o momento, o projeto do BNDES de criar um superlaboratório farmacêutico só teve uma serventia: estimular o apetite dos críticos a antiga política dos cavalos vencedores. A exemplo do Bionovis (ver RR edi- ção nº 4.968), o Orygen , também criado nos tubos de ensaio do banco de fomento, não ata nem desata. Dois sócios já se fora – o Libbs e o Cristália; e os que ficaram, Eurofarma e Biolab, não se entendem quanto a construção da fábrica de São Carlos (SP). O próprio BNDES se compromete a financiar quase 80% do empreendimento, orçado em R$ 500 milhões. No entanto, os dois laboratórios ainda discutem em relação a cota que cabe a cada um no restante do orçamento. Ou seja, brigam por uma conta de R$ 100 milhões – uma ninharia se comparado a dimensão do projeto. No BNDES, cresce a percepção de que Biolab e Eurofarma estão arrumando um pretexto para também pular fora do barco. A indefinição e os atrasos na construção da planta de São Carlos trazem um efeito colateral para o Orygen. Mesmo que a fábrica saia do chão, o laboratório corre o risco de perder um de seus primeiros e importantes acordos de parceria. A companhia fechou um contrato com a Pfizer para assumir a produção de cinco biossimilares da farmacêutica norte-americana – Rituximabe, Trastuzumabe, Bevacizumabe, Infliximabe e Adalimumabe. No entanto, a planta de São Carlos terá de entrar em operação até o fim de 2017, caso contrário o acordo será automaticamente rescindido.
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