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Brasil e BolÁí‚­via espetam duas hidrelétricas em suas fronteiras

  • 2/01/2015
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Dilma Rousseff e Evo Morales vão finalmente viabilizar a construção de duas hidrelétricas entre o Brasil e a Bolívia, projeto que repousa nas gavetas palacianas (em ambos os lados da fronteira) há cerca de cinco anos. Os dois países vão criar, ainda no primeiro trimestre deste ano, uma comissão bilateral. Caberá a este comitê elaborar o tratado energético que definirá as regras do jogo para a operação e gestão das usinas. O acordo é visto em Brasília como um movimento fundamental para garantir a oferta de energia no país a médio prazo. A capacidade total das duas hidrelétricas será equivalente a algo em torno de um terço de Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo, com 12 mil megawatts. O acerto com a Bolívia ainda carrega um componente diplomático: ajudará a reduzir os atritos por conta da construção das usinas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, muito próximas ao país vizinho. O governo de Evo Morales sempre se queixou que não havia qualquer compensação para o impacto ambiental que as duas hidrelétricas terão sobre o território boliviano. A contrapartida, ao que parece, tardou, mas chegou. O controle das duas usinas será dividido fifty to fifty. A comparação com o modelo bipartite adotado para a gestão de Itaipu é inevitável, mas o que o governo brasileiro mais quer é fugir desse benchmarking a s avessas. Até hoje a hidrelétrica é alvo de questionamentos entre o Brasil e o Paraguai, seja no que diz respeito a  partilha da energia gerada, seja em relação ao pagamento do passivo ainda referente a  construção da usina – os paraguaios devem mais de US$ 18 bilhões. Na tentativa de evitar futuros imbró- glios, a intenção do governo brasileiro é que o contrato das duas hidrelétricas tenha a chancela de uma instituição multilateral reconhecida pelos dois países, como o Mercosul. Da mesma forma que ocorreu em Itaipu Binacional, a Eletrobras participará como sócia pelo lado brasileiro. Parte do financiamento deverá ficar a cargo do BNDES e com bancos de fomento internacionais, como IFC e BID. As duas geradoras vão injetar no sistema elétrico brasileiro mais quatro mil megawatts em até cinco anos. A usina Ribeirão deverá ser erguida em Nova Mamoré (RO), com capacidade para três mil megawatts. Já a Cachoeira Esperança, com 780 megawatts, ficará localizada entre Guajará-Mirim, em Rondô- nia, e Riberalta, na Bolívia.

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