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Dilma Rousseff está deixando sua fraterna amiga Maria das Graças Foster sangrar na presidência da Petrobras. Nesse martírio inglório e prolongado, a única coisa certa é que a demissão de Graça é inevitável. O propósito inicial de dar tempo a executiva para que ela limpasse a casa e saísse por cima das malfeitorias (ver RR edição nº 5.000) perdeu o sentido com as recentes denúncias. Agora, a cada dia no cargo, mais humilhante será sua queda. A verdade é que a Petrobras tornou-se um pelourinho no qual está exposta toda a diretoria. São cem chibatadas toda vez que a Lava Jato é mencionada. A questão maior, porém, não é assistir ao calvário de Graça pelos jornais, mas definir o perfil do seu sucessor. As circunstâncias exigem que o futuro presidente da Petrobras seja uma espécie de São Jorge, para que seus inimigos, tendo pés, não o alcancem; tendo mãos, não o peguem; tendo olhos, não o enxerguem; e nenhum tipo de denúncia de corrupção possa lhe fazer mal. Para início de conversa, o sucessor de Graça Foster não deve ser oriundo dos quadros da Petrobras. Será constrangedor a qualquer um dos profissionais da empresa colocar sob desconfiança seus pares, quiçá amigos. Subtraia-se deste baralho também qualquer carta de naipe político. O PT e a base aliada estão sub judice quando se trata de Petrobras. Portanto, soluções de araque como Jaques Wagner e Aloizio Mercadante surgem como balões a serem rapidamente incinerados. Imagina- se que não estejam talhados para o cargo economistas e burocratas com jeito de membros permanente de algum staff. O lugar é para gente cascuda, peso pesado, com carapaça de rinoceronte. O bom nome deveria ser de um renomado e experiente gestor, bem-sucedido nos seus negócios, com fama de austero e disciplinador. Esses são predicados sob medida para o mercado, que enxerga hoje a Petrobras como uma toca de roedores. Cortado o paletó, resta costurá-lo. Sugestões para o cargo: Paulo Cunha, Jorge Gerdau e, vá lá, Benjamin Steinbruch. O primeiro, presidente do Conselho do Grupo Ultra, foi um dos pioneiros do Polo Petroquímico de Camaçari e já teve seu nome cotado nas hostes palacianas (ver RR nº 4.994). Gerdau e Steinbruch foram membros do Conselho de Administração da Petrobras. Para qualquer um deles, o convite deveria ser feito como uma missão santa. E o mais rapidamente possível, antes que Maria das Graças seja canonizada pelo seu martírio.
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