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Depois de um ano de atritos com os acionistas privados da Sanepar, reunidos no consórcio Dominó, o governador reeleito do Paraná, Beto Richa, está disposto a seguir a linha do “Betinho, paz e amor”. O discurso dúbio em relação aos sócios da companhia, feito sob medida para um ano eleitoral, vai ficar no passado. Richa já sinalizou que está disposto a acolher uma série de reivindicações da Dominó, dona de 25% da estatal. A mais emblemática seria a venda de um novo lote de ações da empresa, o equivalente a até 24% do capital ordinário. Diante das circunstâncias, trata-se de uma operação que atenderia aos interesses de lado a lado. Os acionistas privados aumentariam seu poder na gestão da Sanepar; já o governo asseguraria o funding necessário para ampliar a rede de saneamento no estado sem raspar o caixa do Tesouro. O plano de investimentos da Sanepar prevê o desembolso de R$ 2,5 bilhões no biênio 2015/16. Nos quatro anos de mandato de Beto Richa, a conta pode chegar aos R$ 6 bilhões. É bem verdade que Beto Richa nunca foi Roberto Requião, que, em seus anos de governo, alijou os acionistas privados da Sanepar e fez de tudo para apeá-los do negócio. No entanto, o governador paranaense deu algumas estocadas nos investidores reunidos no consórcio Dominó. Em 2013, a renegociação do acordo de acionistas reduziu o poder dos sócios. O enfraquecimento se acentuou em maio deste ano, quando BNDES, Copel, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil deixaram a Dominó.
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