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A Elektro tornou-se um fio desencapado entre os negócios da Iberdrola no Brasil. Os maus resultados da concessionária paulista estão forçando o grupo espanhol a acelerar os planos de reestruturação societária de suas empresas no país. O epicentro da operação é a incorporação da Elektro pela NeoEnergia, também controlada pelos ibéricos. No horizonte da companhia esta era uma agenda prevista somente para daqui a dois anos, até por envolver outros movimentos, como a possível venda de uma de suas distribuidoras no Nordeste – provavelmente a Cosern (ver RR edição nº 4.983). No entanto, a Iberdrola pretende deflagrar as mudanças já no início de 2015. A fusão da Elektro com a NeoEnergia é vista pelos espanhóis como a única maneira de mitigar o impacto das perdas da distribuidora paulista sobre suas finanças. Ressalte- se que a operação teria um efeito contábil extremamente positivo sobre o balanço da Iberdrola no Brasil. Segundo cálculos preliminares do grupo, os ganhos decorrentes das sinergias entre as duas companhias e do aproveitamento de potenciais créditos tributários poderiam chegar perto de R$ 1 bilhão. Tudo na vida tem seus senões. No caso da reestruturação societária da Iberdrola no país, o principal óbice atende pelo nome de Previ. A operação depende do imprimatur do fundo de pensão, dono de 22% da Neo- Energia. É justamente neste ponto que mora o perigo. Desde que se associaram, a Iberdrola e a Previ vivem aos trancos e barrancos. O auge dos desentendimentos ocorreu em 2010, quando o então presidente da fundação, Sergio Rosa, tentou costurar a venda da NeoEnergia para a Camargo Corrêa sem o consentimento dos espanhóis. Do seu lado, a Iberdrola já fez algumas investidas para comprar a participação da Previ e se livrar do sócio porco-espinho, mas todas fracassaram. Enquanto isso, os resultados da Elektro se esfarelam. Os custos operacionais dispararam por conta da escassez de geração hidrelétrica e da necessidade de contratação de energia junto a termelétricas. Resultado: a Iberdrola já dá como certo que a Elektro fechará o balanço no vermelho pela primeira vez desde 2002, quando a companhia teve perdas de R$ 900 milhões como carry over do racionamento de energia no ano anterior. Entre janeiro e setembro, a distribuidora ficou praticamente no zero a zero: teve um lucro quase simbólico de R$ 1 milhão, frente a um resultado positivo de R$ 226 milhões ao longo do mesmo período em 2013.
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