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“Eleição nova, governo novo, equipe nova.” Ontem, as bolsas de apostas do mercado levaram ao pé da letra a declaração da presidenta Dilma Rousseff. Entre os ministérios mais relevantes, Jacques Wagner – acredite se quiser – superou Nelson Barbosa na pasta da Fazenda. Wagner se cercaria de uma boa equipe técnica, com nomes respeitados no mercado, a exemplo de Otaviano Canuto. Fala-se até que Joaquim Levy, hoje no Bradesco Asset Management, retornaria ao posto de secretário do Tesouro, que ocupou no governo Lula I – cargo, diga-se de passagem, carente de forte higienização depois de ter sido satanizado por Arno Augustin. No BC, Henrique Meirelles toma a dianteira, seguido de perto pelo atual nº 1 da autoridade monetária, Alexandre Tombini. Se essa composição der certo, o segundo mandato de Dilma repete os governos Itamar Franco e Lula I, ambos sem ministros da Fazenda “profissionais”, digamos assim. Para quem não se lembra, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso debutou na economia no governo Itamar, e o médico Antônio Palocci estreou no mesmo posto conduzido pelo comandante Lula. Palocci, aliás, continua no páreo. Não fosse o passivo de questionamentos a lisura do seu comportamento, estaria léguas a frente de Wagner. O ex-presidente Lula defende que o custo Palocci é muito menor do que seu benefício. Mas a presidente Dilma, segundo apostadores de tradição, acha que se é preciso emplacar um da dupla, Meirelles é politicamente o mais soft, mesmo que menos afinado ao seu temperamento. Dilma está convencida de que o BC será o que já é: autônomo. Portanto, colocar no seu comando o pomposo Meirelles já não representaria o mesmo incômodo. De qualquer forma, a presidente pensa em uma novidade: antes da definição dos quadros da economia, Dilma enviaria formalmente, na função de interlocutores do governo para reuniões com o setor financeiro e o empresariado, Antônio Palocci, Henrique Meirelles, Jacques Wagner e, inclusive, Aloizio Mercadante – sim, por mais modorrentas que sejam as expectativas geradas por “Mercadados”, ele está no jogo. Como pode se ver, as apostas são de que Dilma sinalizará mudanças que excitarão gulosamente as papilas gustativas do mercado. Se o sabor realmente será apetitoso, só o tempo dirá.
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