Caramuru entrega um pedaço de suas terras

  • 22/10/2014
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Uma das maiores tradings agrícolas do país, com faturamento anual de R$ 7 bilhões, a Caramuru tem tudo para se tornar um enclave estrangeiro em terras brasileiras. Um pool de fundos internacionais liderados pelo alemão KfW Bakengruppe e pelo holandês Rabobank estaria negociando sua entrada no capital da empresa. As conversações passam pela transferência de até 20% da empresa. Oficialmente, a Caramuru nega a operação. No entanto, não custa lembrar que o Rabobank é um dos principais credores da companhia. Nos últimos quatro anos, o banco holandês emprestou mais de US$ 500 milhões para a empresa. Segundo o RR apurou, parte da operação envolve exatamente a conversão em ações de créditos da instituição financeira. Com a operação, o empresário César Borges de Souza, principal acionista da Caramuru, acertará dois alvos com uma só bala. De um lado, a empresa receberá uma injeção de capital; do outro, equacionará quase 90% das suas dívidas com vencimento até 2018, de acordo com a fonte do RR. Ressalte-se que o peso desse passivo, não é de hoje, vem limitando a capacidade da Caramuru de fazer novos investimentos de porte. Com o fôlego redobrado, espera-se que a trading paranaense tire da gaveta o maior dos seus projetos: o processo de internacionalização. Os planos da companhia preveem a construção de uma unidade de esmagamento de soja, de um centro de distribuição e de um porto na China, estrutura que permitiria o acesso a outros mercados asiáticos.

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