AES negocia compra da Brasiliana em fatias

  • 2/10/2014
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A AES está lançando mão de uma nova estratégia na tentativa de desatar o nó societário da Brasiliana. Os norte-americanos, que dividem o controle da companhia com o BNDES, negociam com o banco a compra da AES Tietê. Terceira maior geradora privada do país, a empresa é um dos ativos pendurados na Brasiliana. A operação se daria em dois atos: primeiro, haveria a separação entre a AES Tietê e a holding; após o spin off, o grupo norteamericano incorporaria os 50% do capital pertencentes ao banco de fomento. Tomando-se como base a cotação da geradora em Bolsa – sem considerar um eventual prêmio de controle -, a participação do BNDES está avaliada em mais de R$ 3 bilhões. *** O andamento das negociações entre AES e BNDES – como quase tudo no país neste momento – depende dos resultados das urnas. O governo Dilma Rousseff sempre se mostrou favorável a  descostura da sociedade, criada em 2000, no segundo mandato de FHC. Se este fio ainda não foi puxado, isso se deve fundamentalmente a  postura errática da AES. Ora, os norte-americanos sinalizam o desejo de deixar a companhia – e, até mesmo, sair do país; ora, demonstram interesse em ficar com a participação do BNDES. No momento, ao que tudo indica, prevalece a segunda porção. A AES entende que o fatiamento da Brasiliana, com a consequente negociação caso a caso de cada um dos ativos, pode viabilizar o descruzamento societário com o BNDES. Provavelmente, a última e mais complexa operação seria a transferência da Eletropaulo, a joia da coroa da holding, com seus 20 milhões de consumidores e faturamento anual próximo dos R$ 10 bilhões.

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