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Primeiro a presidenta Dilma Rousseff tem de pensar em ganhar as eleições e somente depois tratar do futuro governo? É tão óbvio como parece? Nem tanto quanto aparenta. Dilma tem um grupo de trabalho a frente do assunto, a começar pelo ex-presidente Lula, que tem sondado nomes para os cargos de maior importância. O ministro Aloizio Mercadante, por sua vez, matuta futuros planos de governo e estuda opções para outros postos de relevo, além do segundo e terceiro escalões. Em meio a essa movimentação, surge uma ousada conjectura: o ex-ministro Antônio Palocci seria reconduzido novamente ao Ministério da Fazenda. Reza a lenda que é Lula quem profetiza a escolha. Por essa versão, Palocci seria o “Armínio Fraga de Dilma”. E só não teria vestido o uniforme eleitoral para não incinerar a campanha da presidenta e a sua própria candidatura a ministro em um ambiente politicamente inflamável e suscetível ao jogo sujo. Trata-se de uma bala de prata no coração das trevas do empresariado em geral, e do setor financeiro, especificamente. Palocci simplesmente desapareceu. Viajou para o exterior. Não ajudou na arrecadação financeira. Em síntese, se poupou ao extremo. Curioso, não? O RR ouviu cinco grandes empresários sobre a hipótese de Palocci II, a missão. Todos os entrevistados foram taxativos de que Dilma, a não ser que haja um coelho na cartola, não tem outro nome capaz de influir nas expectativas apenas com sua presença no governo. A “era Mantega” reforçou a necessidade de um operador altamente crível. Palocci já foi chefe do Gabinete Civil no início do governo Dilma, tendo, a época, um papel mais influente do que o próprio ministro da Fazenda. Há quem diga que o temperamento forte de Dilma não é compatível com o dele, apesar de o ex-ministro ser um sujeito sabidamente jeitoso. Os novos tempos parecem exigir que Dilma abdique da sua obsessão em ser ministra plenipotenciária. Palocci seria o Senhor da Guerra contra a campanha de desestabilização que se desenha após as eleições, já alcunhada de “terceiro turno”. O maior óbice ao seu retorno seriam os seus rolos jurídicos. Mas os casos já estão devidamente julgados, sem nenhuma condenação. O episódio do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi arquivado pelo STF por falta de provas. A acusação de que teria um apartamento alugado em nome de um laranja foi motivo de censura ética, o que não impede a sua volta ao governo. Em junho de 2012, a Justiça arquivou a investigação sobre a suspeita de lavagem de dinheiro. E, finalmente, em 2013, o Ministério Público de São Paulo requereu o arquivamento da investigação sobre sonegação fiscal e crimes tributários a ele atribuídos. Portanto, Palocci está prontinho para voltar. Mas Dilma tem de ganhar e concordar. Esta última é “que são elas”.
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