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Voto de Rubens Ometto vale cada gota de combustível

  • 26/09/2014
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Os planos de Rubens Ometto na área de bioenergia não cabem entre as quatro paredes da Novvi, a joint venture recém-formada entre a Cosan e a Amyris. O firme propósito do empresário de se tornar o maior produtor de diesel a  base de cana de açúcar do mundo exige um passo além: o ingresso no capital do próprio grupo norte-americano. Ometto articula a compra de até 50% da Amyris, controlada pela francesa Total e por fundos de investimento dos Estados Unidos. Este movimento lhe daria acesso direto, sem intermediários, a  tecnologia desenvolvida pelos norte-americanos. Ometto passaria também a ter ingerência sobre a própria fábrica da Amyris na cidade de Brotas, no interior de São Paulo. Hoje, a capacidade instalada é de 50 milhões de litros de diesel de cana por ano. Embora a unidade jamais tenha atingido tal volume, Ometto acha que é pouco. Ele trabalha com projeções de que há demanda reprimida, tanto no mercado interno quanto no exterior, para o dobro desta produção – patamar que exigiria um investimento de R$ 1 bilhão. Impossível dissociar os planos de Rubens Ometto de seus recentes movimentos políticos, leia-se o duro rompimento com Dilma Rousseff e o posterior embarque na campanha de Marina Silva. Segundo fontes próximas ao empresário, Ometto já apresentou seus planos a Marina. Quem presenciou a conversa garante que ela demonstrou bastante empatia pelo projeto. Além de biodiesel, o empresário anunciou também o interesse de usar a Novvi e a Amyris para a produção de lubrificantes a  base de cana. Um eventual governo Marina Silva criaria uma ambiência propícia para a produção em larga escala de diesel e outros bioderivados de cana de açúcar. Com o apoio de Marina, o que hoje é um projeto com um único dono poderia ganhar status oficial, tornando-se um programa de governo com o nobre propósito de soerguer a indústria sucroalcooleira. Tudo devidamente acompanhado dos incentivos oficiais de praxe. Nada muito diferente do modus operandi que transformou a Cosan num dos maiores grupos de energia do país. Hoje, por exemplo, a companhia tem cerca de R$ 1,2 bilhão em empréstimos abertos com o BNDES. A julgar pela ira que Ometto passou a destilar contra o governo Dilma Rousseff, foi pouco.

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