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O mercado de distribuição de gás está em ponto de combustão. Além da associação entre a Cemig e a espanhola Gas Natural Fenosa e o iminente aumento da participação da própria estatal mineira na Gasmig, mais uma grande operação está se desenhando no setor. A Cosan, acionista majoritária da Comgás, articula sua entrada no capital da Gas Brasiliano. Controladora integral da empresa, a Petrobras pretende se desfazer de 40% da distribuidora. A negociação corrobora a disposição da estatal de reduzir sua presença neste mercado para fazer caixa – conforme informou o RR na edição nº 4.735. Antes da Gas Brasiliano, a Petrobras espera concluir a venda de parte da Gasmig para a Cemig – anunciada na semana passada, a operação também envolve a transferência de 40% das ações. Todas estas negociações vão alterar significativamente o jogo de forças na área de distribuição de gás. Se a Petrobras, presente no capital de quase todas as concessionárias estaduais, está recuando algumas casas, na mão contrária, a Cosan avança com tudo no tabuleiro do setor. Não é difícil imaginar aonde Rubens Ometto pretende chegar com seu ingresso na Gas Brasiliano. Uma vez dentro da companhia, Ometto terá campo aberto para articular sua fusão com a Comgás. A operação daria origem a um gigante responsável por mais de um terço das vendas de gás natural no país e dono de quase metade da malha de distribuição instalada em todo o território brasileiro. Juntas, Comgás e Gás Brasiliano dominariam uma área no mapa de São Paulo com quase 40 milhões de habitantes. Trata-se de uma operação que conta com a simpatia da Petrobras. Entre ser protagonista de um curta-metragem ou coadjuvante de uma série de sucesso, a estatal prefere a segunda opção. Ela trocaria uma participação majoritária numa empresa pequena, caso da Gas Brasiliano, por uma fatia menor na maior distribuidora de gás do país. E o mais importante: tendo ao lado um parceiro como a Cosan, poderia reduzir seus aportes no setor. A associação entre as duas distribuidoras permitiria a Cosan manter a liderança no setor pelo critério de clientes atendidos, posto que a Comgás deverá perder quando a fusão entre os ativos da Cemig e da Gas Natural estiver concluída. Aliás, o predomínio mineiro no setor poderia ser ainda maior se, no início deste ano, a própria Cemig não tivesse desistido de comprar 40% da Gas Brasiliano.
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