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É crescente a apreensão do BNDES com o futuro da Lupatech. O que está em jogo não é somente uma questão financeira – até porque o banco já dá como perdidos os mais de R$ 300 milhões injetados na empresa. O furo é bem mais embaixo: o projeto de criação de uma grande companhia nacional prestadora de serviços para o setor de óleo e gás tornou-se também um tormento do ponto de vista social. Com dívidas superiores a R$ 1 bilhão e notórias dificuldades de caixa, a Lupatech vem atrasando recorrentemente o pagamento de salários e de outros benefícios trabalhistas. O pior, no entanto, ainda está por vir. De acordo com informações que chegam ao próprio BNDES, dono de 31% da empresa, a Lupatech está com a mão no gatilho, prestes a anunciar o fechamento de unidades de negócio e demissões em série em algumas de suas mais importantes subsidiárias. Em relação ao downsizing, os números captados pelas antenas do BNDES são desencontrados: vão de 600 a até mil cortes. Não obstante a razoável taxa de dispersão, a contagem acende um sinal vermelho no banco de fomento: o intervalo em questão significa de 20% a 35% de toda a força de trabalho da Lupatech. Consultada, a empresa negou as demissões e o fechamento de unidades de negócio. Um caso é especialmente emblemático e ilustra o porquê da aflição do BNDES. Os olhos do banco acompanham com particular interesse a situação em Catu, na Bahia, onde funcionam as instalações da antiga Sotep – um dos maiores e mais importantes ativos incorporados pela Lupatech em seus bons tempos. Ao longo do segundo semestre do ano passado, a empresa dispensou mais de 150 empregados. Desde então, os trabalhadores têm feito sucessivas manifestações. Emfevereiro, promoveramuma greve, motivada, sobretudo, por atrasos no pagamento, além de descontos indevidos referentes ao plano de saúde. Na região, circulam informações de que a Lupatech pretende desativar toda a unidade, que presta serviços de manutenção para sondas e plataformas da Petrobras. Só aí já seriam quase 400 funcionários, com grave impacto sobre a economia local. A Lupatech é a segunda maior empregadora do município de Catu; fica atrás apenas da própria Prefeitura. Com maior ou menor proporção, a empresa tem um peso significativo em outras cidades em que atua. Neste caso, Catu também pode atender pelo nome de Rio das Ostras (RJ), onde funciona a Lupatech Tubular Services, ou de Iperó (SP), sede da Lupatech Tecval. A crise no chamado chão de fábrica coincide com mais uma tentativa de reestruturação societária e de repactuação do passivo da Lupatech. Em janeiro, a maioria dos detentores de bônus perpétuos aprovou a conversão de 80% de uma dívida de US$ 285 milhões em novas ações ? a operação deve se consumar até junho.
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