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Talvez nem fosse o momento da Petrobras mexer nesse assunto. Mas, em meio aos fantasmas de Pasadena, a estatal prepara- se para reduzir sua participação na BSBios – uma das maiores produtoras de biocombustíveis do país. A companhia estaria disposta a ficar com uma fatia minoritária da produtora de biodiesel, algo em torno de 20%. O problema é como deixar o vespeiro sem despertar os marimbondos – sobretudo nas atuais circunstâncias. Em 2009, a estatal comprou 50% da usina da BSBios em Marialva (PR). Dois anos depois, repetiu a dose, desta vez com a unidade de Passo Fundo (RS). Ao todo, desembolsou R$ 250 milhões. Desde então, parlamentares gaúchos, a frente o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP), questionam o negócio, com a alegação de que os ativos não valeriam sequer a metade. Integrantes da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados anunciaram recentemente a disposição de convocar dirigentes da Petrobras e da BSBios, além do próprio ministro Edison Lobão, para explicar detalhes da operação. Oficialmente, a BSBios nega qualquer mudança societária. Está feito o registro. O que não dá para negar é a blitz promovida pela bancada gaúcha. Parte do interesse se justifica pela dívida de R$ 50 milhões da empresa com o Banrisul. No entanto, por trás do episódio há uma boa dose de rixa política regional. Para muitos, mais do que a própria Petrobras, o principal alvo dos ataques seria Miguel Rossetto, atual ministro do Desenvolvimento Agrário. Rossetto comandava a Petrobras Biocombustíveis na época da associação com a BSBios.
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