Brasil vale R$ 1 bilhão no cardápio da Pérez Companc

  • 12/03/2014
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E ainda há quem critique o governo de Cristina Kirchner… Um dos maiores conglomerados industriais da Argentina, a Pérez Companc resolveu buscar do lado de cá da fronteira a rentabilidade perdida em sua terra natal. Isso significa um substancial pacote de investimentos no Brasil. Segundo fontes ligadas a  companhia, as cifras devem chegar a R$ 1 bilhão nos próximos dois anos. O maior projeto sobre a mesa dos argentinos é a transferência para o Brasil de uma fatia expressiva das operações da Molinos Rio de La Plata. Ao longo da última década, a fabricante de alimentos tornou-se justamente o maior negócio da Pérez Companc, sobretudo depois que o grupo vendeu todos os seus ativos petroquímicos para a Petrobras. Com vendas anuais próximas dos US$ 4 bilhões, a Molinos responde por quase 80% do faturamento global do conglomerado portenho. Os argentinos já estariam se movimentando para a compra de plantações de soja no Centro-Oeste. Seria um preparativo para a construção de uma processadora de grãos e de uma fábrica de derivados, inclusive produtos ao consumidor, como azeites. Hoje, o Brasil já é o maior mercado da Molinos Rio de La Plata depois da Argentina. A rentabilidade das vendas no país cresce, em média, na casa dos dois dígitos a cada ano. Na Argentina, o gráfico é um traço na mão contrária. A lucratividade da empresa no país vem caindo ano a ano, na esteira da redução do consumo e do aumento dos custos de produção. Nada mais natural que a subsidiária da Pérez Companc atravesse a fronteira e passe a ter uma operação direta no Brasil. Os argentinos projetam que, em até três anos, um terço do faturamento da Molinos de La Plata seja contabilizado em terras brasileiras. A decisão de montar uma base industrial do zero reflete uma mudança no plano de voo dos argentinos. Na primeira tentativa de desembarque no Brasil, há cerca de quatro anos, a Molinos Rio de La Plata saiu em busca de aquisições. Chegou a negociar a compra de uma processadora de soja da ADM, mas as conversas não avançaram e a empresa portenha adiou o projeto de entrada no país.

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