Marcopolo é um ônibus mal parado na Rússia

  • 17/01/2014
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O presidente da Marcopolo, José Rubens de La Rosa, tem um grande desafio: tirar do atoleiro o projeto de montagem de uma fábrica na Rússia. Esta é uma peça estratégica no quebra- cabeça da companhia no exterior, dada a possibilidade da fabricante de carrocerias atender tanto o mercado europeu quanto o asiático com uma só cajadada. No entanto, neste momento Rubens de La Rosa trabalha com perspectivas bastante desfavoráveis. O grupo russo OJSC Kamaz, parceiro da Marcopolo em uma joint venture no país e virtual sócio da futura fábrica, não tem demonstrado muito apetite pelo projeto. Atualmente, a partir de peças importadas da China, a dupla faz apenas a montagem final de carrocerias em uma unidade da própria Kamaz na cidade de Neftekamsk. A Marcopolo quer dar um passo além e verticalizar a operação, integrando todas as etapas de produção em uma nova fábrica. Os russos, no entanto, consideram o investimento arriscado, sobretudo porque o desempenho da joint venture ainda deixa a desejar. A empresa está longe da meta de comercializar três mil carrocerias por ano, o que só tem aumentado as incertezas em relação ao timing da construção da fábrica. A princípio, a intenção da Marcopolo era iniciar a produção própria ainda em 2014, colocando um ponto final numa novela que se arrasta há mais de três anos. Mas estes prazos tiveram de ser revistos em razão das condições do mercado e da inapetência da Kamaz. Oficialmente, a Marcopolo confirma que a instalação da fábrica está condicionada a  venda de três mil unidades/ano, o que, segundo a própria companhia, ?só deverá ser alcançado em 2016?. O RR apurou que a companhia gaúcha chegou a cogitar a ruptura do acordo e a busca de um novo parceiro local, fato que a Marcopolo nega. Segundo a empresa, a Kamaz está envolvida no projeto e o próprio contrato da joint venture prevê a abertura da planta industrial.

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