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Ainda é apenas um embrião de ideia. Mas já surge como um ser vivo a compreensão de que dois problemas do governo devem ser atacados na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. São candidatos a recauchutagem ou mudança a interlocução da área econômica – leia-se o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega – e a baixa autocrítica do governo. O Planalto já decidiu que não irá mais polemizar sobre assuntos econômicos com os opositores. O recado foi dado pela ministra Gleisi Hoffmann, com um subtexto de que acabaram as discussões pela imprensa. Demorou para Dilma e cia. compreenderem que são minoritários entre os economistas, hegemonicamente de centro-direita e de direita. Na vulga ciência econômica há sempre um contrafactual e um contraditório perfeito. Exemplos: se foi reduzida a dívida líquida em relação ao PIB, aumentou-se a dívida bruta; se os juros baixam, sobe a pressão cambial; se a taxa de desemprego se reduz expressivamente, puxa-se o cobertor curto da inflação; se faz-se uma política de expansão keynesiana, pratica-se um haraquiri fiscal e por aí vai. Uma parcela da crítica dos economistas é construtiva – tais como a discussão da revisão dos subsídios -, mas outra tem por objetivo central a alternância de poder. Por isso é que no Palácio do Planalto brinca-se com a ideia da criação de um programa “Mais Economistas”. O princípio da autocrítica seria entronizado como parte da campanha. O governo conseguiu evitar a derrocada de setores da economia, uma queda ainda maior do PIB, perda de competitividade ainda mais acentuada, além de atrair investimentos privados e obter espetaculares resultados na área social. No entanto, ocorreram insuficiências, ainda que bem menores do que buzina a oposição. Agora é preciso rever e discutir tudo isso, a luz do sol, propondo, por exemplo, alguma instância que analise com independência o retorno efetivo das medidas do governo para a sociedade – geração de valor adicionado, impostos, empregos, competitividade dirigida e sistêmica, preços etc. Confessar o cipoal burocrático, regulador e fiscalizatório é um outro bom começo. Propor a criação de uma pasta parecida com o Ministério da Desburocratização de Hélio Beltrão soa como música. Dilma deve colocar esses e outros assuntos na roda. Corrigir é a palavra benta. O problema maior, contudo, está dentro de casa. O ministro da Fazenda tem sido um dilapidador da credibilidade governamental. Gosta de bater boca. É chover no molhado enumerar as trapalhadas de Guido Mantega. O episódio mais recente foi o anúncio de um superávit primário mais alto – para acalmar os “nervosinhos” – acompanhado da descoberta de lançamentos maiores de contas a pagar e ordens bancárias no Siafi, com a retirada dos dados do portal no dia seguinte. Durante todo esse tempo, Dilma foi Mantega, anulando sua existência como condutor da economia. O ministro da Fazenda, de fato, tem sido a presidente da República. Se essa transmutação serviu ao governo antes, agora tem sido um baita problema. Dilma não pode mais ser Mantega. Com a reforma ministerial chegando, a solução é simples: “Basta de Guido Mantega!”
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