RZD compra um bilhete de trem para o Brasil

  • 6/01/2014
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A Estação Finlândia é aqui. A russa RZD, uma das maiores concessionárias de ferrovias da Europa, prepara sua entrada no Brasil. Executivos da companhia estiveram em Brasília nos primeiros dias de dezembro, cumprindo uma agenda de encontros na Casa Civil e no Ministério dos Transportes. Os russos manifestaram a intenção de participar das próximas licitações do setor e também de comprar participações em linhas férreas já em operação ou mesmo em fase de construção. Neste último caso, o nome que vem a  cabeça de nove entre dez autoridades do setor é o da Transnordestina, projeto a cargo da CSN. Para o governo, seria um sonho emplacar um operador do porte da RZD no empreendimento, marcado por constantes atrasos no cronograma e sucessivos aumentos de custos – o orçamento começou na casa dos R$ 5 bilhões e, segundo cálculos recentes, já beira os R$ 8 bilhões. De quebra, a chegada dos russos permitiria varrer Benjamin Steinbruch da condução da ferrovia. A RZD opera uma malha ferroviária com mais de 90 mil quilômetros – para efeito de comparação, a ALL, maior concessionária do país, soma pouco mais de 13 mil quilômetros. As tratativas entre a RZD e o governo Dilma Rousseff foram deflagradas em fevereiro do ano passado, por ocasião da visita oficial do primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, ao Brasil. A investida da companhia é uma das peças de uma grande engrenagem bilateral, um acordo que prevê, entre outros negócios, a venda de armamentos russos para as Forças Armadas brasileiras e, na contramão, contratos de longo prazo para a comercialização de carne e commodities agrícolas. A RZD acena com o financiamento do próprio governo russo e de bancos locais para a construção e expansão de linhas férreas no Brasil.

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