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Graça Foster celebra seu Natal em janeiro

  • 12/12/2013
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A serenidade demonstrada por Maria das Graças Foster nos últimos dias provavelmente tem menos relação com o clima de cordialidade natalina do que supõe a vã filosofia. Graça está leve e solta porque tem guardado em seu íntimo o compromisso da própria Presidência da República de que 2014 será menos dramático para a Petrobras. Informações preciosas obtidas pelo RR indicam que o Ministério da Fazenda já tem em sua programação um aumento dos preços dos combustíveis para o mês de janeiro. O carinho, digamos assim, na realidade é praticamente um carry over do aumento pedido pela diretoria da estatal e negado pelo ministro Guido Mantega em um episódio que provocou desgastes até no âmbito da Presidência da República, mas machucou especialmente a timoneira da Petrobras. A título de recordação: na última reunião do Conselho de Administração, realizada em 29 de novembro, foi aprovada uma majoração da gasolina e do diesel de, respectivamente, 4% e 8%, quando, na véspera, os percentuais solicitados de 6% e 12% vazaram para toda a imprensa como decisões líquidas e certas. Os 2% e 4% faltantes virão no primeiro mês do ano, no bojo de uma “nova política” de correção dos preços dos combustíveis. A tal política é um modelo indevassável até para a lupa eletrônica de Eric Snowden. Há quem diga que sequer exista, respondendo mais a s necessidades de controle da inflação do que a qualquer modelo de cálculo. Mas por que janeiro, do signo de aquário, do início do calendário, teria sido o mês escolhido para o anúncio grandiloquente? Nada é a  toa. A sinalização no início do ano otimiza as expectativas e acena com um tempo de bonança para a empresa. A Petrobras está se derretendo no mercado e prosseguirá sofrendo buylling das agências de rating, notadamente devido aos nefandos valores dos combustíveis. Essa mesma entropia dos preços vem sendo apontada como o principal fator de influência nas péssimas avaliações das demais empresas de exploração de petróleo. E Guido Mantega sabe muito bem que as linhas da Petrobras se cruzam com o Risco Brasil. As agências de rating não são tolas e estão carecas de saber que, em algum momento, a política de controle artificial da inflação com base na contenção dos preços dos combustíveis ? somada a um mega orçamento de exploração de petróleo a ser cumprido ? vai bater no caixa da União, e no resultado primário das contas fiscais e na dívida líquida. Janeiro, portanto, é o “mês da vida”. O esquartejamento da correção dos preços teve motivações de toda ordem. Ajudou a empurrar o impacto do reajuste da inflação de 2013 para o ano vindouro. Acalmou os brios feridos do ministro Guido Mantega com o voluntarismo da diretoria da Petrobras em anunciar uma nova fórmula de cálculo dos preços dos combustíveis, assim como com a tentativa de imposição do percentual de reajuste de “dentro para fora”. Como tudo tem um preço, sobrou para Graça Foster o custo de um arranhão na imagem. Mas a presidente da Petrobras joga cartas com Deus. Quando diz que “é obediente”, sabe que não somente ela, mas toda a nação “petrobraliana” será recompensada, ainda que com os farelos do panetone deste Natal.

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