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Rubens Ometto promete levar a s últimas consequências o contencioso entre a Rumo Logística, sua controlada, e a ALL. O que está em jogo, neste caso, é muito mais do que um contrato para o transporte de açúcar – para todos os efeitos, a questão central dos processos cruzados de arbitragem recém- abertos pelas duas companhias. O empresário enxerga o litígio como uma gazua – alguns dirão um pé de cabra – para abrir a porta que lhe foi fechada pelos sócios da ALL e, finalmente, entrar no capital da companhia. Segundo fontes próximas a Ometto, seu objetivo é forçar a conversão em ações das diversas multas cobradas pela Rumo a operadora ferroviária por suposto descumprimento de contrato. O valor exigido na Justiça seria da ordem de R$ 1 bilhão. Para efeito de comparação, a cifra é superior ao dote de R$ 896,5 milhões que Ometto ofereceu, no ano passado, para comprar 5,67% do capital da ALL ou – esta, sim, a conta que interessa – o correspondente a 49% das ações dentro do bloco de controle da companhia. Procurada pelo RR, a Cosan, controladora da Rumo, disse “desconhecer a informação”. No entendimento dos advogados de Rubens Ometto há brechas no contrato entre a Rumo e a ALL que possibilitariam a conversão das dívidas em participação acionária. A própria situação da operadora ferroviária jogaria a favor de Ometto. A ALL está longe de seus melhores dias. Os sócios discutem, inclusive, a necessidade de promover um aumento de capital ou buscar um novo investidor – ver RR edição nº 4.742. Ainda que o valor fosse diferido no tempo, a cobrança de uma nova multa de R$ 1 bilhão representaria mais um baque nas finanças da companhia. No contrato firmado com a Rumo Logística, a ALL comprometeu- se a movimentar por ano um volume mínimo de açúcar e derivados e a fazer sucessivos investimentos em sua malha e na compra de equipamentos, de modo a garantir o gradativo aumento da carga transportada. No entanto, a operadora ferroviária não estaria cumprindo integralmente as contrapartidas previstas no acordo. A contenda se arrasta há quase quatro anos. No mês passado, a empresa entrou com um processo de arbitragem na Câmara de Comércio Brasil-Canadá na tentativa de evitar novas cobranças. A Rumo, por sua vez, também ingressou com um pedido de arbitragem contra a ALL, alegando já ter investido mais de R$ 1,2 bilhão na operação.
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