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Iberdrola estica seus fios para a área de telecomunicações

  • 27/11/2013
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A Iberdrola, dona da NeoEnergia, vai trilhar novos caminhos no Brasil. O grupo espanhol prepara sua entrada no mercado de telecomunicações. O foco é a Região Nordeste, mais precisamente Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte – onde se concentra boa parte de sua operação no país. O objetivo é aproveitar a rede elétrica das subsidiárias Coelba, Celpe e Cosern para instalar quase quatro mil cabos de fibra óptica. Para se ter uma ideia do que este número representa, já na partida os espanhóis teriam o equivalente a  metade da estrutura da Cemig Telecom. A comparação, aliás, não é aleatória. A estatal mineira vem esticando sua operação para o Nordeste, com a instalação de cabos exatamente em Pernambuco e na Bahia, o que, inclusive, levou os espanhóis a acelerarem o projeto. A Iberdrola vai investir cerca de R$ 200 milhões na operação, que envolverá quase 800 municípios nos três estados. O foco principal da Iberdrola será o aluguel da futura rede para operadoras de telefonia. Os espanhóis estimam que estes acordos responderão por até 80% da receita da operação. O restante virá de serviços de tráfego de dados e voz para clientes corporativos e para as próprias empresas do grupo. A Iberdrola aposta alto no empreendimento. Vislumbra, por exemplo, a possibilidade futura de venda de parte da nova empresa ou até mesmo de um IPO. O exemplo da AES Eletropaulo está vivo no imaginário dos ibéricos. Há cerca de dois anos, a distribuidora paulista vendeu a Atimus, seu braço de telecomunicações, para a TIM. Embolsou, a  época, cerca de R$ 1,6 bilhão. A inflexão da Iberdrola pela área de telecomunicações deve ser vista também como uma operação de hedge. Todos os ovos do grupo no Brasil estão depositados na mesma cesta: o setor elétrico. Com as novas regras para o reajuste das tarifas de energia, esta monogamia estratégica passou a ser altamente arriscada. Por ora, é bom que se diga, a NeoEnergia está longe do rol das empresas mais afetadas pelas mudanças regulatórias. Entre janeiro e setembro, teve um lucro de R$ 721 milhões, uma queda de 15% em relação ao mesmo período em 2012. Perto do que o setor vem sofrendo, não passa de um pique de luz.

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