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A candidata a reeleição Dilma Rousseff está postada frente a uma encruzilhada: ou se reinventa como gerente ou fenece como presidente. Crescem as articulações para que seu programa de campanha tenha como prioridade nº 1 uma gigantesca faxina nos entulhos da administração pública. A proposta fervilha ao redor de Dilma. Apenas para citar os principais nomes, passa pelo onipresente Lula, pelo energizado Rui Falcão, pelo higienizado Antônio Palocci e pelo conselheiro Jorge Gerdau. Devido a pesada agenda de governo, o Estado brasileiro tornouse para Dilma algo tão indômito quanto o Velho Oeste americano. Nesse território selvagem, vícios históricos foram potencializados por inépcia gerencial frente a um megadesafio de modernizar a infraestrutura e atrair empresários para projetos ainda não maduros, quando não carentes de uma engenharia de base. A tese é de que nesse caso não valem vãs promessas de campanha, mas a apresentação de um plano detalhado e audacioso que responda a críticas e desejos. Um dos mais preparados cardeais do PT já levou a Dilma Rousseff um calhamaço com mais de três mil itens para a modernização da máquina pública, um projeto transversal que envolveria não apenas o Executivo Federal, mas outras instâncias de Poder. O arco vai da área regulatória, leia-se o papel das agências setoriais, até os órgãos de controle e fiscalização, como TCU e Ministério Público, passando pelo inevitável embate com os grupos de interesse pendurados no aparelho de Estado, mais precisamente nos Ibama, nas Funai ou nas Feema da vida. A pobreza está praticamente erradicada, mas Dilma não se mostrou a supersíndica. Tortuosamente, em sua gestão, o Brasil ficou parecendo viver no “Tempo das Diligências”. A conquista do Estado como peça de resistência do programa eleitoral tornou-se um discurso praticamente inexorável para mudança do ambiente econômico e da percepção de abulia gerencial. A própria presidente da República considera a máquina do governo muito aquém da sua exigência. Uma fonte entusiasmada com a ideia argumenta que Dilma não pode ter medo de mexer em tudo. “Imaginem um slogan de campanha na linha “um Brasil em que uma nova empresa pode surgir a cada três dias”. Atualmente são 180 dias. Ressalte-se que uma parte das iniciativas já está guardada em alguma gaveta no Palácio do Planalto. Há pouco mais de um ano, num trabalho conduzido diretamente pelo próprio Jorge Gerdau, a consultoria McKinsey mergulhou nas engrenagens da máquina administrativa e produziu um longo estudo sobre gestão pública, com uma série de proposições. Existem diversas sugestões que vem de antes. Exemplo: a proposta do Instituto Talento Brasil, encaminhada ao ex-ministro Palocci, de criar uma comissão permanente de produtividade com plenos poderes, na linha do modelo australiano. De certa forma, ainda que por caminhos tortuosos, é como se a virtual gestão Dilma II retornasse ao Lula I, quando foram adotadas diversas medidas microeconômicas que permitiram uma melhoria do ambiente de negócios no país. A sensação – não imotivada – de piora acentuada do Estado deixa rarefeitas alternativas: ou Dilma aceita o seu destino ou, então, que ache um John Wayne para ser seu primeiro-ministro. Reeleita, ninguém tem dúvida, ela já está.
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